Publicado na Revista Fórum –
“Discutir esses limites e o papel das instituições de controle, como os conselhos da magistratura e do Ministério Público, é crucial para a sociedade”, diz trecho do editorial do El País desta terça-feira; o jornal publicou nesta tarde sua primeira reportagem em cima de novos diálogos da Vaza Jato, se somando a outros três veículos que fizeram o mesmo
A parceria do jornal espanhol El País com o The Intercept Brasil na divulgação dos conteúdos da Vaza Jato, que produziu sua primeira reportagem nesta terça-feira (6), aumentou ainda mais validação da autenticidade das mensagens trocadas entre procuradores do MPF e o ex-juiz federal Sérgio Moro. O períodico se junta à Folha, à Vejae ao colunista Reinaldo Azevedo, da BandNews e do Uol, além do próprio The Intercept.
Em editorial publicado nesta terça-feira, o El País reafirma que “jornais têm muitas obrigações em uma sociedade democrática: responsabilidade, confiabilidade, equilíbrio e compromisso ante os cidadãos” e que “não está entre elas proteger os agentes públicos e os poderosos em geral de revelações embaraçosas”.
“À luz dos diálogos, o agora ministro da Justiça e o procurador Deltan Dallagnol se tornam protagonistas de uma trama que revela as zonas cinzentas do funcionamento do Judiciário, onde as linhas que separam o que é ilegal, imoral e legítimo sob os olhos da Justiça e da opinião pública se confundem. Discutir esses limites e o papel das instituições de controle, como os conselhos da magistratura e do Ministério Público, é crucial para a sociedade”, diz trecho do editorial.
A Folha de São Paulo foi o primeiro veículo da imprensa tradicional a aderir ao Vaza Jato, publicando sua primeira reportagem em 23 de junho. Na ocasião, o jornal destacou que verificou e comprovou a veracidade do conteúdo. Posteriormente, a Folha ainda contratou uma perícia para verificar a autenticidade de aúdio de Dallagnol, que comprovou a autoria.
Além da imprensa, outras figuras já ajudaram a confirmar a veracidade das mensagens, que até hoje Sérgio Moro tenta negar. O apresentador Faustão e o ministro Roberto Barroso já deram declarações que indicam que o conteúdo é verdadeiro.
Desde a divulgação de mensagens envolvendo ataques aos ministros do STF, a Vaza Jato parece ter ganho mais destaque no tribunal e deixado de ser vista apenas como “insinuações” ao ter seu conteúdo validado pela Corte. Alexandre de Moraes, inclusive, solicitou o arquivo obtido com o suposto hacker de Araraquara para verificar as mensagens ali contidas.