Comentários a respeito de José Luiz Penna

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Blog do Alceu Castilho – 

O tempo andou mexendo com o presidente do PV, ex-comunista (e compositor da música de Belchior), agora nomeado secretário da Cultura de Geraldo Alckmin

Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)




Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho
Deixem que eu decida a minha vida
Não preciso que me digam de que lado nasce o sol
Por que bate lá meu coração

Sonho e escrevo em letras grandes (de novo)
Pelos muros do país
João, o tempo andou mexendo com a gente sim

José Luiz Penna assina com Belchior uma das obras-primas do compositor cearense: “Comentários a respeito de John”. Era uma homenagem a John Lennon. Corria o ano de 1979 – um ano antes do assassinato do beatle por um louco de pedra.

Talvez por isso a trajetória de Penna choque duplamente. Tivemos outros antigos membros do Partido Comunista dando cavalinho de pau na biografia. Lembro-me de Rodolfo Konder, que virou secretário da Cultura do prefeito Paulo Maluf. E não é que o irmão de Hermanno Penna se tornou secretário da Cultura de Geraldo Alckmin? (Foi um prêmio pelo apoio à candidatura do tucano João Doria à prefeitura. Opa. “João?”)

Sim, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) falava do comunismo com boca cheia, em 1989, e entrou para a história brasileira da infâmia política, poucos anos depois, ao implodir o partidão. Com direito à entrega do acervo do PCB à Fundação Roberto Marinho. (Sei que é difícil acreditar.)

Mas Robertos e Rodolfos não fundaram a Comissão Pró Índio de São Paulo. Não fizeram agitos culturais na Vila Madalena. E não escreveram versos como estes: “Não preciso que me digam de que lado nasce o sol/ Por que bate lá meu coração”. (Sim, já copiei, acima. Mas é lindo, não é lindo?)

E não fundaram uma sigla chamada Partido Verde. Que, com todos seus defeitos, ocupa algum espaço ideológico importante em países europeus. Aqui, não. Sob o comando de Penna, tornou-se uma sigla irrelevante. Um partido assim… não sei… verde.

(Lembro-me daquela música do Premê nos anos 80, “Lua de mel em Cubatão”, que se encerrava com o cantor dizendo que ali tudo era verde. “As árvores são verdes, o rio é verde/ O céu, a terra, as estrelas/ Até os cachorros, tudo verde”.)

O tempo andou mexendo com gente como Penna. E agora, José? A arma quente é uma felicidade? Onde andará Belchior? Ou aquele rosto rouge da música? De que lado o sol se põe? Em que momento exato nossos corações param de bater? E agora, John?

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