Por Adriana do Amaral, jornalista
Em Boituva, cidade do interior paulista, o ódio cultuado pelo presidente derrotado nas urnas se espalha como erva daninha. Logo após o anúncio da vitória do presidente Lula – que foi derrotado na cidade – uma lista tem sido divulgada nas redes sociais com os nomes daqueles comerciantes que declararam os seus votos de oposição.
São pequenos comerciantes e profissionais liberais, em sua maioria jovens, alguns deles nascidos na cidade. A lista é encabeçada por jovens mulheres, algumas delas mães de crianças pequenas, que não demonstram sororidade, empatia, respeito e, principalmente, não respeitam a democracia.
No início, parecia coisa de molecas e moleques, mas a iniciativa tem repercutido de forma dolorosa para os cerca de 20 comerciantes, que viram as suas vidas serem expostas. As respostas e manifestações de solidariedade aos poucos são publicadas.
A cidade é pequena, cerca de 60 mil habitantes, a principal fonte de arrecadação é através do comércio, mas tem investido no turismo. Além de capital nacional do paraquedismo agora pretende se tornar sede nacional do balonismo e está investindo no ciclismo.
O prefeito, que apoiou o atual governo, não se manifestou oficialmente. O turismo depende da diversidade, do acolhimento, do respeito. Quem virá divertir-se numa cidade que dissemina o ódio?
“Quem tem um pouco de amor nos ajude a vencer esse ódio”, pede uma das comerciantes boicotadas. Ela é proprietária de duas pequenas empresas, familiares, que encabeçam a lista de boicote.
Na pequena cidade um modelo de práticas que devemos rejeitar, e que podem estar sendo replicadas país afora. O Brasil estará em estado de atenção nos próximos dois meses, vamos nos cuidar mutuamente.
Veja aqui o depoimento de uma moradora de Boituva, comerciante que está sofrendo pressões absurdas de bolsonaristas.
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