Como o presidente argentino e suas Defesas Militares defendem seu povo na Guerra contra o inimigo invisível

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Por Rosane Santiago Cordeiro, compartilhado de Mira On Line – 

O povo argentino, principalmente o do interior ama os brasileiros, nos tratam com um respeito que quem só conhece os “hermanos” de Buenos Aires não pode imaginar. Essas pessoas ainda estão baratinadas com o que o Covid19 pode realizar em suas vidas, estão como nós, assustados e alguns não querendo crer. Muitos argentinos ainda estão nas ruas, mas o governo daquele país, deu início no dia de hoje, 20-03-2020, a uma série de atitudes firmadas em carta do presidente à nação. Carta com conteúdo de respeito, sem colocar seu povo em risco de morte e buscando salvá-los de um desastre total.




Antes da carta, o MIRAonline revela aqui algumas ações que o exército argentino está tomando para auxiliar o governo no combate (é uma guerra real) ao Coronavírus em dois vídeos.

O primeiro, onde o Ministério da Defesa coloca o exército argentino na confecção de máscaras, aventais e toucas para os profissionais de saúde e cidadãos. Segue:

Reprodutor de vídeo

Tradução do áudio:
Sou o diretor da Alfaiataria Militar, de acordo com uma ordem do Ministro da Defesa e do Chefe de Estado Maior Geral, o Exército começou a descontinuar todas suas linhas de produção normais e ordenou a preparação e o desenvolvimento das máscaras tipo 1 e tipo 2 para os cidadãos da república argentina. Também estamos fabricando lençóis para centros cirúrgicos e camisolas (jalecos) descartáveis para nossos enfermeiros e médicos em todo o país. Nós somos o exército e estamos em função de todos os cidadãos da República Argentina.

Essa atitude será muito produtiva, pois hoje mesmo enfermeiras da Espanha postaram um vídeo mostrando que estão utilizando sacos de lixo como roupa de proteção.

O desastre que o senhor Bolsonaro está causando no Brasil em utilizar o exército para tomar conta das ruas e restringir as liberdades, se contrapõe visivelmente às atitudes de nossos vizinhos. E as ações que vêm vilipendiando o Brasil no neoliberalismo econômico do governo representado pelo carniceiro Guedes é o mesmo deixado pela direita na Espanha, onde esta tentou privatizar a saúde. As enfermeiras hoje, nas salas de terapia intensiva dos hospitais, usam sacos de lixo para se protegerem do coronavírus. E perguntam: Quem protege esse sistema de saúde? Isso vai acontecer de maneira muito pior no Brasil, se o governo não agir com responsabilidade em uma guerra onde o ser humano (incluindo o exército) não está para matar, mas para salva vidas.

Veja esse vídeo feito hoje por enfermeiras espanholas:

Reprodutor de vídeo

Mais sobre como a Defesa Argentina encara o momento como uma operação de Guerra a fim de salvar a população de um inimigo invisível. 

No próximo vídeo, o segundo prometido, o ministro da defesa da Argentina, Sr. Agustín Oscar Rossi, informa ao presidente Fernandez as atividades previstas e que vem executando o conjunto das forças armadas no marco da declaração de emergência e na quarentena geral do país. Conta que o presidente por teleconferência comunicou-se com os 14 comandantes de emergência que lhe comentaram as distintas situações que convivem no combate ao coronavírus.

Rossi narra como pode aportar e utilizar a totalidade das capacidades do exército para ter um ganho à saúde a totalidade da população argentina, 12 hospitais militares, em diversas cidades. Colocaram, os distintos instrumentos que tem as forças armadas como laboratórios, alfaiataria, suporte. A força aérea está usando seus meios para repatriar argentinos que estão fora do país, no primeiro caso com o Peru. Colaborando com o país irmão levando cidadãos peruanos […]

No vídeo vemos o protagonismo que o presidente dá aos operadores da Defesa, para que esses possam manter a ordem tanto dos funcionários da medicina, como em ajudá-los a salvar vidas nessa guerra contra o “inimigo invisível”. Os militares mostram o orgulho de serem militares, de serem argentinos e de poderem “cuidar” da população. Salvar vidas. Infelizmente muito diferente do que vemos do presidente do Brasil e dos que deveriam aqui manter a ordem e a paz.

Segue:

Reprodutor de vídeo

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CARTA DE ALBERTO FERNANDEZ AO POVO ARGENTINO:

Caro povo argentino,

O mundo está ameaçado. E a Argentina também está em risco. A pandemia de coronavírus está se expandindo rapidamente em muitos países. É o problema de saúde mais grave que tivemos em toda a nossa vida democrática.

Acabei de decretar isolamento social, preventivo e obrigatório para toda a população.

Uma decisão excepcional em um momento excepcional.

Nossa responsabilidade máxima é proteger a sociedade argentina. Então, depois de ouvir os especialistas, as forças políticas, os governadores, decidi: Restringir a circulação. Cada um ficará em sua própria casa. Ninguém precisa entrar em pânico. Precisamos de serenidade. Mas todos devem assumir a responsabilidade de cumprir a obrigação de se isolar. Todos poderão fornecer nas lojas locais alimentos, medicamentos e artigos de higiene e limpeza. Quem frequenta esses estabelecimentos deve se lembrar de manter as distâncias mínimas.

Decidi antecipar o feriado de 2 de abril, um dia tão importante para o nosso país, até 31 de março. Esse dia culminará com um isolamento temporário que começará às 12 meia-noite de hoje.

A circulação será restrita nas rotas nacionais e nas cidades de todo o país. As transferências somente serão permitidas por razões excepcionais, além de toda a circulação que continuará a garantir produção essencial, suprimento, serviços de saúde e todos os serviços essenciais. O transporte público de passageiros será mantido apenas para quem estiver isento de cumprir o isolamento. O sistema eletrônico de caixa eletrônico e a transferência de fluxos serão mantidos. Vamos desencorajar as pessoas a entrar em carros e dirigir em vias públicas. Verificações e verificações serão feitas sobre os motivos pelos quais qualquer pessoa ou carro está em trânsito. Quem não puder justificar, será sancionado.

A evolução da situação será constantemente avaliada por especialistas, sociedades científicas e pelo governo. Lidamos com a sabedoria desse ditado popular de que “é melhor prevenir do que remediar”.

Todas as medidas mais cedo ou mais tarde.

Nos últimos dez dias, previmos tomar cerca de 30 medidas e ações importantes para enfrentar esta crise, reduzir a velocidade das infecções, fortalecer o sistema de saúde, cuidar dos trabalhadores, aposentados e grupos mais vulneráveis, proteger pequenos e Médias empresas.

Todas essas medidas também foram complementadas por disposições de prefeitos, governadores, empresas privadas, organizações sindicais, organizações não-governamentais e voluntários em geral, que apontam para duas frentes prioritárias: garantir a saúde pública da população o máximo possível. E mitigar os efeitos sociais e econômicos adversos na produção.

A luta contra a expansão do Coronavírus tem dois protagonistas em todo o mundo: o Estado e as populações. O compromisso dos cidadãos é decisivo, pois está cientificamente comprovado que o acompanhamento das recomendações de higiene e isolamento têm um impacto significativo no crescimento ou não do número de infecções. Nesta pandemia, cuidar de nós mesmos é isolar-nos. Minimize o contato social e a circulação.

É uma luta contra um inimigo invisível, para salvar vidas.

Se a sociedade fosse indiferente a essa ameaça, segundo os cientistas, a maioria dos argentinos pegaria coronavírus.

Diante dessa crise, não há lugar para atitudes individualistas: precisamos manter o distanciamento social, evitando sair de casa. Nenhuma medida alcançará o impacto que desejamos se a necessidade de cumprir as recomendações e esse novo regulamento não for compreendido. Diante dessa ameaça, somos corresponsáveis. Nosso destino depende de cada um. E de tudo.

Estou chamando todos vocês para assumirem suas próprias responsabilidades. Minha responsabilidade é garantir que o Estado cuide da saúde e da vida dos argentinos. Por esse motivo, as forças de segurança aplicarão rigorosamente todos os regulamentos atuais para proteger toda a população argentina. Com aqueles que colocam em risco a saúde dos argentinos, o Estado será implacável. Vou aplicar rigorosamente a lei para salvar vidas. Seremos muito rigorosos ao garantir que cuidamos de nosso pessoal.

Na Argentina, ainda estamos na hora de impedir que essa pandemia seja incontrolável. Para isso, precisamos do comprometimento de todos. A mensagem é clara: menos transferências, menos infecções. Menos contato, menos contágio. Vamos cuidar um do outro. Seremos extremamente responsáveis.

O isolamento envolverá uma grande mudança em nossas vidas diárias. Isso desafiará nossa capacidade de viver juntos e ficar em casa. Temos um desafio de comunicação e atendimento.

Esta decisão é fortemente democrática. É uma democracia que apela a medidas excepcionais baseadas em sua própria legislação para esses casos. É uma democracia que une forças políticas, sociais, sindicais, produtivas e religiosas. É uma democracia que une as autoridades de todas as jurisdições. É a democracia que procura reduzir os danos ao povo e salvar o maior número de vidas possível.

Esta decisão não é uma vacina, nem uma solução milagrosa. Talvez alguns esperem um milagre do estado de emergência e que tudo seja resolvido em um minuto, um dia, uma semana, um mês.

Não venho fazer nenhuma promessa impossível em caso de emergência.Contamos com o conhecimento de nossos cientistas, especialistas de todo o mundo, da Organização Mundial da Saúde, das informações fornecidas por todos os países.

Sabemos, como eu disse, que nas próximas semanas os casos aumentarão. Mas também sabemos que nosso objetivo é que o contágio não suba exponencialmente. Nosso objetivo é que o dano seja o mínimo possível. Salve tantas vidas. E mobilizaremos toda a nossa energia e nossas capacidades para alcançá-lo.

Essa decisão não substitui nossa luta diária, o Sistema Nacional de Saúde, a capacidade das famílias de tentar limitar o contágio. Será uma luta de meses e estaremos avaliando permanentemente.

No próximo mês, há muito em jogo sobre como o contágio evoluirá no país. É uma luta desigual contra esse inimigo invisível. Há um enorme desafio logístico: Temos que alcançar o maior número de leitos, respiradores, pessoal médico e paramédico, alimentos, higiene e locais de abrigo para ter os instrumentos que nos permitem combater essa pandemia global.

Vidas e saúde também exigem cuidar da economia. Portanto, tomamos medidas para apoiar as empresas mais afetadas, para proteger os trabalhadores e as pessoas mais vulneráveis.

Vamos continuar produzindo. Ninguém deve entrar em pânico. Medidas para reduzir o contágio são compatíveis com a manutenção de nosso suprimento e nossa economia.

Além do coronavírus, existem outros inimigos invisíveis.

O desânimo social, enfrentando uma longa luta. Pode haver desânimo quando os casos detectados aumentam nos próximos dias. Os especialistas já nos informaram que vão subir. Mas devemos ter em mente que as medidas que tomamos hoje terão efeitos positivos mais tarde. O objetivo é que a pandemia seja governável, que o aumento de infecções seja compatível com o nosso sistema de saúde.

Em certos momentos, as batalhas parecerão difíceis de vencer. Você pode ter certeza de que hoje o Estado argentino assume um compromisso: nada pode enfraquecer nossa luta coletiva. Nada.

Essa emergência de saúde exige que os argentinos se reconheçam e se valorizem como uma comunidade.Valorizar enfermeiros, médicos e todo o pessoal de saúde que já está lidando com a pandemia. Valorizar aqueles que constroem seus hospitais com seu trabalho. Valorize aqueles que produzem alimentos e os que trabalham para que haja comida suficiente para crianças e famílias mais necessitadas. Valorizar membros das forças militares e de segurança que fazem cumprir a lei e cooperam com tarefas logísticas. Valorizar organizações sindicais e empresariais que fornecem apoio para aumentar o atendimento no sistema de saúde de emergência. Aprecie comunicadores sociais e empreendedores científicos e tecnológicos que procuram maneiras criativas de lidar com essa situação inesperada.

Valorizando cada um. Cada um de nós depende do outro, do vizinho, do comerciante, dos trabalhadores do transporte, daqueles que fazem trabalho doméstico remunerado e não remunerado.

Somos uma comunidade única.

E vamos lutar, vamos mobilizar todas as nossas forças como comunidade argentina. Será uma luta que exige esforços, temperança, tolerância, solidariedade e cooperação. E muita responsabilidade.

Este será o teste mais exigente que a Argentina teve até agora neste século.Nesta luta, precisamos trazer mudanças culturais. Temos que mudar hábitos. Muitas coisas que gostamos, como companheiro ou abraço, suspenderemos por um tempo. E outras coisas que realmente sofremos, talvez possamos mudá-las para sempre. Agora, colocamos todas as forças sociais, religiosas e políticas para trabalharem juntas pelo mesmo lado.

Somente a unidade permitirá a vitória neste momento.

Nós somos uma comunidade. O coronavírus ataca a todos nós, sem distinção. Nós responderemos sem distinção. Uma Argentina unida para enfrentar esse desafio.

Responsabilidade, solidariedade e comunidade são os slogans. Essa é a palavra do presidente de todos os argentinos. Eles me escolheram para ser a primeira pessoa responsável, nos momentos bons e ruins, de todos os argentinos.

Nós nos isolamos por um tempo para salvar cada um, para salvar nossos filhos, nossos avós. Para salvar os outros.

Eu quero confessar algo para você. Quando vejo médicos, enfermeiros, trabalhadores, trabalhadores, profissionais, pessoal administrativo se esforçando para enfrentar essa situação, inúmeras vezes hoje em dia tenho vontade de abraçá-los. Não só eu não poderia fazê-lo, como também não poderei fazê-lo em breve. Vamos encarar isso como uma sociedade responsável. Nós sabemos que isso nos atingirá. Vamos trabalhar para amortecer e reduzir os danos. Se conseguirmos, podemos nos olhar nos olhos, ter orgulho de nós mesmos como sociedade e, sim, nos dar esse abraço.

Nós somos a Argentina. E venceremos esse enorme desafio que a História nos impõe.

Muito obrigado, Alberto Fernandez

Felicitaciones Alberto Fernandez, espero que la población lo siga.

Fonte: Ministério da Defesa Argentino e Casa Rosada

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