Por Washington Luiz de Araújo, jornalista –
A campanha presidencial de 2018 começou ontem. Ao condenar o ex-presidente à nove anos e meio de prisão, o juiz de primeira instância chegou ao ápice de sua existência. O fracasso lhe subiu à cabeça, agora só ladeira abaixo é o seu destino. Mas não estou aqui para falar de Moro, que só obteve projeção graças à desgraça que vem impingindo às pessoas, sem provas, sem consistência. Quero falar de mim e sobre o que eu posso fazer para contribuir no reparo do mal que vem sendo feito pela direita no Brasil. Com a condenação, os reacionários nos ofereceram somente uma saída: a rua. Como diz um amigo, o não já temos, vamos correr atrás do sim.
Quero conversar com as pessoas no sentido de demonstrar que há, sim, uma luta de classes no país e que a elite está ganhando na base da opressão e da enganação. Pobres e integrantes da classe média estão no mesmo barco, embora muitos não percebam. Embora componentes da classe média se iludam, achando que estão no iate daqueles que correspondem a 1% dos brasileiros, que viajam e têm jatinhos, que mandam os filhos para Harvard e que almoçam no Brasil e jantam em Paris, na verdade estão num bote, juntamente com os pobres.
Quero lembrar ao pobre de que não adianta ter um carrinho e uma casinha para se achar melhor do que o outro. Não é nada disso: é pobre da mesma forma. Remediado, mas pobre. Lembrar a este que só somando forças é que começarão a entrar na batalha da luta de classes. Só se doendo pelo vizinho, pelo amigo, é que ficará forte. S´reconhecendo o quanto Lula e Dilma fizeram pelo país e por eles é que terão uma referência sobre suas necessidades.
Quero lembrar todo o dia que a presidente Dilma Rousseff foi deposta para que os pobres fossem espezinhados.
Quero lembrar que a chamada grande mídia tem lado e o lado dela não é o do pobre e nem o da classe média. O lado dela é o da elite. Que desconfiem de tudo que é noticiado. Todas as notícias são preparadas e editadas para um só fim: a luta de classes.
Por fim, não quero ser chato e nem ficar cobrando de parceiros de luta o que eles devem ou não devem fazer. Quero só pedir para que estejamos todos juntos, sabendo que a divisão só interessa a eles, aqueles que querem nos exterminar. Quero olhar para dentro de mim e garimpar meus erros, meus abusos, meus atos arrogantes e jogá-los fora. Todos os dias, como quando se limpa uma casa.