Do Blog do Gindre, publicado no Portal GGN –
Confirmada a retomada pela Previ de parte do famoso edifício-sede da Abril na Marginal Pinheiros, talvez seja a hora de entender exatamente qual o tamanho do atual segundo maior conglomerado de mídia do Brasil e 157° maior grupo econômico do país. Segundo a publicação Grandes Grupos do jornal Valor Econômico, a Abril Mídia seria o único dos 200 maiores grupos econômicos do Brasil a ter patrimônio negativo. Ou seja, se vender tudo o que possui a empresa ainda ficaria com uma dívida de R$ 121 milhões (valores de 2013).
Desde 2006, 30% da Abril Mídia é de propriedade do grupo sul-africano Naspers, que cumpriu importante papel de sustentação ideológica do regime de apartheid.
Ao longo dos últimos anos, a Abril investiu em uma série de negócios. Mas, foi obrigada a fechar a gravadora Abril Music, o site Usina do Som e os canais de TV paga Fiz TV e Idea TV. Devolveu para seus donos originais as franquias no Brasil da MTV, HBO e ESPN. Vendeu a TVA, canais de TV aberta (que eram usados para transmitir a MTV), o Eurochannel e sua participação no UOL e na DirecTV Brasil. Nos anos 70 a empresa já se envolvera no rumoroso caso de quebra dos hotéis Quatro Rodas.
No final de 2014, a Abril Mídia vendeu a totalidade da Elemídia para o fundo Victoria Partners Capital.
Atualmente a Abril Mídia é dona da Editora Abril (seu carro-chefe), da Abril Gráfica (a maior gráfica de revistas da América Latina), de uma participação minoritária na Editora Caras (em sociedade com o grupo português Impresa Publishing), da YouFind Solutions (empresa de big data), da Casa Cor e da holding DGB.
A DGB por sua vez é composta pela Dinap (virtual monopólio de entrega de revisas em bancas de jornais), Treelog (entrega de publicações porta-a-porta) e Total Expess (empresa de entrega de pequenas encomendas).
Dada a sua fragilíssima situação financeira, é muito provável que a Abril Mídia seja obrigada a se desfazer de mais empresas nos próximos anos. O grande problema é que apenas três de suas empresas têm vida própria, descolada do negócio de revistas: Casa Cor, Treelog e Total Express. As demais (Editora Abril, participação na Editora Caras, Abril Gráfica, YouFind Solutions e Dinap) estão todas vinculadas ao mesmo negócio (revistas) e teriam pouca chance de serem vendidas separadamente.
PS: a família Civita vendeu toda a sua participação na Abril Educação, que não possui mais nenhuma relação com a Abril Mídia.