Conheça os países que ainda não registraram mortos pelo coronavírus

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Por Agostinho Vieira, compartilhado de Projeto Colabora – 

Isolamento geográfico, político e social explicam por que algumas nações do mundo não estão sendo tão atingidas pela pandemia

Representante da Unidade Local de Defesa (LDU), força paramilitar composta por civis, entrega farinha e feijão em alguns bairros de Uganda durante a quarentena. Foto Sumy Sadurni/AFP

Há dois meses, no dia 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, oficialmente, que o mundo estava enfrentando mais uma pandemia. De lá para cá, os cinco continentes praticamente pararam para contabilizar os casos de covid-19 e chorar seus mortos, que agora chegam na casa dos 300 mil. Cerca de 50 nações, no entanto, praticamente não foram atingidas pela doença, tiveram poucos casos ou nenhum caso e não haviam registrado nenhuma morte até a publicação deste texto. Quais são esses países e, principalmente, que características possuem, ou, o que fizeram para passar quase incólumes pela maior crise sanitária dos últimos 100 anos?




Isolamento é o nome do jogo. Seja ele político, geográfico ou social, com fortes restrições ao funcionamento do comércio e à circulação das pessoas. É verdade que a maior parte da lista é formada por países pequenos, com menos de um milhão de habitantes, como a Micronésia, na Oceania, com seus 105 mil moradores. Uma população menor do que a de Cabo Frio, na Região dos Lagos, ou mesmo a de Copacabana. Mas isso não justifica nem explica muita coisa. San Marino, por exemplo, uma micronação que fica no centro-norte da Itália, tem menos de 34 mil habitantes e já registrou mais de 600 casos e 41 mortes.

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A relação inclui também nações grandes, como o Vietnã, no sudeste asiático, com seus quase 100 milhões de habitantes, cerca de metade da população brasileira. Só que, diferentemente de nós, eles tiveram 288 casos e nenhuma morte. Contra os quase 190 mil casos do Brasil e mais de 13 mil mortos. O modesto Vietnã, que já foi tema de um Diário da Covid-19, aqui no #Colabora, feito pelo demógrafo José Eustáquio Diniz, ficou conhecido mundialmente pelos 20 anos de guerra com os Estados Unidos. Mas merece um lugar na história pela vitória nesta batalha contra um inimigo ainda pior, o coronavírus. Numa mistura de disciplina, determinação e testagem em massa. O governo fechou imediatamente as fronteiras, interrompeu as atividades escolares e monitorou todas as pessoas que vinham de áreas expostas à epidemia.

Muitos autores apostam que a África pode ser o próximo destino do coronavírus, que começou a sua viagem macabra pela Ásia, passou pelo Europa, pelos Estados Unidos e agora faz estragos no Brasil e em outros países da América do Sul. No entanto, até o momento, alguns bons exemplos vêm exatamente do continente africano. Certamente, o desempenho de algumas nações se deve à experiência acumulada no combate ao ebola, vírus que mantou milhares de pessoas em países como Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa. No mapa dos “não atingidos” pela covid-19, nada menos do que 12 países estão na África. Incluindo algumas nações como o reino de Lesoto, que é comandado pelo rei Letsie III, desde 1996. Só ontem, dia 13, o governo reconheceu oficialmente o primeiro caso no mais. Mas não há registro de mortes.

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