Por Agostinho Vieira, compartilhado de Projeto Colabora –
Isolamento geográfico, político e social explicam por que algumas nações do mundo não estão sendo tão atingidas pela pandemia
Há dois meses, no dia 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, oficialmente, que o mundo estava enfrentando mais uma pandemia. De lá para cá, os cinco continentes praticamente pararam para contabilizar os casos de covid-19 e chorar seus mortos, que agora chegam na casa dos 300 mil. Cerca de 50 nações, no entanto, praticamente não foram atingidas pela doença, tiveram poucos casos ou nenhum caso e não haviam registrado nenhuma morte até a publicação deste texto. Quais são esses países e, principalmente, que características possuem, ou, o que fizeram para passar quase incólumes pela maior crise sanitária dos últimos 100 anos?
Isolamento é o nome do jogo. Seja ele político, geográfico ou social, com fortes restrições ao funcionamento do comércio e à circulação das pessoas. É verdade que a maior parte da lista é formada por países pequenos, com menos de um milhão de habitantes, como a Micronésia, na Oceania, com seus 105 mil moradores. Uma população menor do que a de Cabo Frio, na Região dos Lagos, ou mesmo a de Copacabana. Mas isso não justifica nem explica muita coisa. San Marino, por exemplo, uma micronação que fica no centro-norte da Itália, tem menos de 34 mil habitantes e já registrou mais de 600 casos e 41 mortes.
Muitos autores apostam que a África pode ser o próximo destino do coronavírus, que começou a sua viagem macabra pela Ásia, passou pelo Europa, pelos Estados Unidos e agora faz estragos no Brasil e em outros países da América do Sul. No entanto, até o momento, alguns bons exemplos vêm exatamente do continente africano. Certamente, o desempenho de algumas nações se deve à experiência acumulada no combate ao ebola, vírus que mantou milhares de pessoas em países como Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa. No mapa dos “não atingidos” pela covid-19, nada menos do que 12 países estão na África. Incluindo algumas nações como o reino de Lesoto, que é comandado pelo rei Letsie III, desde 1996. Só ontem, dia 13, o governo reconheceu oficialmente o primeiro caso no mais. Mas não há registro de mortes.