Começaram a aparecer os detalhes das contas secretas de Eduardo Cunha na Suíça – e é inevitável que apareçam mais, nas próximas horas apareçam mais dados, inclusive os valores depositados.
As contas foram abertas por empresas localizadas em paraísos fiscais mas, por exigência recente da lei suíça, devem indicar um beneficiário.
E, nas quatro, o beneficiário era ele, Eduardo Cosentino da Cunha.
Em uma delas, aparecia como beneficiário em conjunto com sua mulher, a ex-apresentadora da TV Globo, Cláudia Cruz, informa a Folha.
Os crimes fiscais e de falsa declaração (a sua, de bens, ao TSE e à Câmara) já estão configurados, independente de apuração da origem dos depósitos.
É insustentável a situação do deputado, por mais que a maioria dos deputados estejam acovardados e as autoridades públicas, mudas.
Eduardo Cunha não tem condições nem morais nem legais de dar parecer sobre pedidos de “impeachment”.
Acabou.
Tornou-se um cadáver insepulto, emanando miasmas em cada minuto em que continuar atuando como presidente da Câmara.
Não é preciso – e nem seria correto – cassá-lo sumariamente.
Pode e deve conservar seu mandato de deputado, para o qual teve votos da população, até que seja julgado na forma da lei, o Código Penal e o Regimento da Câmara. Mas deve ser afastado imediatamente do cargo que ocupa, o de presidente, porque este não é de voto popular, mas de representação de seus pares.
E todos eles, se Cunha os representa, estarão chafurdando neste pântano se não reagirem, afastando-o, já que lhe falta o pudor de licenciar-se da Presidência da Casa.