Por Arcírio Gouvêa Neto, jornalista
Nosso planeta terra parece estar se despedindo de seu passado majestoso, de seus rios, matas, montanhas, mares, canto dos pássaros, seus animais. Parece estar indo para o fim. Quem puder contemplá-lo, enquanto é tempo, que o contemple.
Hoje, eu fiz isso. Sentei-me no quintal de casa e com reverência monástica apreciei cada folha das árvores batidas pelo vento vindo do mar, cada nuvem que passava lenta, cada vôo de uma ave e cada segundo de toda essa existência imponente, suntuosa, grandiosa. Deixei-me levar pela meditação e um olhar carinhoso por cada célula verde que meus olhos viam. Se chorei não sei, mas deu-me vontade.
Assombrou-me uma pergunta: “Quanto tempo ela ainda terá de vida? 200, 300 anos? Quanto tempo resistirá ao insano massacre de seres a quem chamam de humanos? Os rios estão secando, os lagos, as geleiras derretendo vertiginosamente, enchentes nunca antes vistas, ares e solos poluídos e envenenados, cidades afundando, calor de 50°, fendas colossais surgindo como feridas em seu corpo, florestas desaparecendo.
Quanto tempo seu coração suportará tanta dor?” Pense nisso e sinta hoje a felicidade suprema de vê-la ainda viva, concedendo-lhe a oportunidade de admirar toda sua exuberante vida em todas as suas formas e a chance de dizer-lhe: “Eu te amo”. Não perca essa sorte.
PS – Todas as condições de regeneração do planeta são adversas e imprevisíveis. A quantidade de lixo tóxico e energia suja despejada na natureza diariamente é inimaginável. Quem diz que o planeta vai se regenerar como se fosse tão simples como tomar um cafezinho na esquina está completamente alheia à realidade e mal informada.
Em outras épocas, houve um regeneramento, mas o cenário era outro, quase um mundo orgânico, completamente diferente desse mundo inorgânico de hoje. Basta citar as toneladas de plástico não reciclados lançadas nos mares e rios todo dia. A natureza não consegue se livrar deles e vai morrendo lentamente contaminada com esse corpo estranho em seu interior.