Por Rico de Espírito –
Neste cordel, vamos falar
Dos contrastes do mundo atual
Do golpe jurídico-midiático-parlamentar
Um breve cenário nada normal
No governo do temeroso
O social vai prá mão de atirador
Nenhum direito a idoso
Se for pobre, morre de dor
Aposentadoria só na morte
Saúde e Educação só do patrão
Direito social, nem com muita sorte
Minha casa, minha vida, hoje tá no chão
Carteira de trabalho, coisa do passado
Operariado é patrão para o Jornal Nacional
Na verdade, você tá frito e mal pago
Acreditar neles e dormir com o mal
Vejam só que coisa incoerente
Negro defendendo preconceituoso
Jovem diz que preso não é gente
Pobre acha que só rico é virtuoso
E não venha com elogios
À justiça com as próprias mãos
Pois a cadela está no cio
É o fascismo, meu irmão
Rico não quer pobre bem de vida
Se é assim, quem vai explorar
Quer você morrendo na lida
E que saiba, direitinho, seu lugar
Pobre em escola com filho do bacana
Foi sonho colocado no banco escolar
Mas com o golpe que muito engana
É questão fora do vestibular
Está tudo pelo lado avesso
Falavam que a coisa ia mudar
Mudou e muito, reconheço
Para pior, nada de melhorar
O mal era a corrupção
Venderam isso na baciada
Mas colocaram no bandejão
A cabeça da pobraiada
A corrupção sempre existirá
Vão colocar o pobre no seu canto
E o tema do noticiário sairá
Daí, o roubo aumenta um tanto
Dizem que o governo é um bordel
Não venha com essa difamação
Puteiro tem regra até no escarcéu
Golpista vive só de enganação
Sorria, você foi golpeado
Não tenha vergonha de reconhecer
Se você não sabe o seu lado
Eles sempre vão saber
Encerro o meu modesto pensar
Repita, nessa pobre poesia
Encha a boca sem hesitar
Eu era feliz e não sabia