O À Esquerda da Praça realizou no 19 de outubro mais um encontro na Praça São Salvador, Rio. Dentro da Semana pela Democratização da Mídia – Calar Jamais, o coletivo trouxe Franklin Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação dos governos Lula; Beth Costa, da FENAJ – Federação nacional dos Jornalistas e FNDC – Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (Fale,Rio) e João Feres Jr., do Manchetômetro, site de acompanhamento e análise do noticiário da grande imprensa.
Na abertura, Beth Costa fez um balanço da luta da Fenaj e do FNDC pela democratização da comunicação, lembrando que hoje a chamada grande imprensa faz o que quer, sem nenhum tipo de regulação pública.
A jornalista destacou que este poder sem amarras das grandes empresas de comunicação prejudicam a sociedade e os profissionais que nelas trabalham: “Recentemente, a Globo demitiu em massa só porque o netinho de Roberto Marinho assim preferiu”.
Beth Costa destacou ainda o absurdo da chamada propriedade cruzada, onde detentores de canais de televisão têm emissoras de rádios e jornais, algo inaceitável em outros países.
Já João Feres Jr, que acompanha analiticamente as notícias da chamada grande imprensa, deixou claro que os meios de comunicação, indiretamente, mas com muita força desequilibram o jogo democrático ao destacarem os seus protegidos, políticos da direita.
O ex-ministro da Secretaria de Comunicação dos governos Lula, Franklin Martins acentuou que a regulação da grande mídia, principalmente rádio e televisão, é praticada em todos os grandes países democráticos, menos no Brasil.
Na ocasião, o Esquerda recolheu alimentos não-perecíveis que serão doados aos trabalhadores terceirizados do INES/ Instituto Nacional de Educação de Surdos, que estão há três meses sem salário.
Vejam os vídeos:
Flanklin Martins: “Não temos nenhum tipo de regulamentação na radiodifusão. Em todos os grandes países do mundo democráticos, tem. Regulação não é ameaça à liberdade de imprensa. Regulação é estabelecer regras que precisam ser cumpridas, normas que precisam ser seguidas. É assim na França, na Inglaterra, na Alemanha, Portugal, Estados Unidos, Argentina…. Aqui no Brasil não querem obedecer regra alguma, para que possam manipular, censurar, possam impedir que a comunicação circule. Com isso, têm poder político e, por tabela, poder econômico.”.
Flanklin Martins para o Bem Blogado: “A blogosfera progressista precisa fazer cobertura jornalística, produzir notícias. A ideia é uma agência de notícia. Em vez de cada um fazer tudo, todo mundo se une e faz uma agência de notícias”.
João Feres Jr: “É através da informação que se consegue formar a opinião política (…) O dinheiro que vai para a campanha é gasto, quase que exclusivamente, em comunicação. De fato, quem tem financiamento de campanha, tem capacidade de se comunicar mais e, assim, ganhar as eleições”.
João Feres Jr, para o Bem Blogado: Desde a eleição de 2014, houve um ataque fortíssimo ao governo de Dilma Rousseff, que durou até o dia em que ela foi tirada do poder. A partir daí, passaram a apoiar Michel Temer”.
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