Convocados por entidades estudantis, os atos em todo o país foram realizados principalmente contra os cortes orçamentários e a proposta de cobrança de mensalidades nas universidades públicas
Compartilhado de Redação RBA
Na foto: Em Brasília, os manifestantes marcharam pela Esplanada dos Ministérios e fizeram ato diante do MEC120
São Paulo – Estudantes e trabalhadores foram às ruas em diversas localidades do país nesta quinta-feira (9) para prostestar contra os novos cortes do governo de Jair Bolsonaro (PL) no orçamento do Ministério da Educação, que afeta as universidades, o ensino, a pesquisa e a ciência. Os atos foram convocados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e contaram com apoio de diversas entidades, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e partidos políticos de oposição.
Os novos cortes no orçamento do Ministério da Educação e a proposta, apoiada pelo governo, de cobrança de mensalidades nas universidades públicas mobilizaram os manifestantes, contrários aos ataques desferidos por Bolsonaro desde que tomou posse, em janeiro de 2019. No último dia 27, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) colocou na pauta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206/2019, que propõe a cobrança de mensalidades nas universidades federais. Na ocasião, o governo federal anunciou que R$ 3,2 bilhões da verba prevista para o Ministério da Educação (MEC) em 2022 serão bloqueados.
O valor do corte, que representa 14,5% no orçamento do MEC, atinge em cheio os institutos e as universidades federais. Esse total faz parte do chamado orçamento discricionário, ou seja, montante que cada universidade pode aplicar em outras despesas, exceto salários e aposentadorias de professores.
Programas de auxílio à permanência de estudantes carentes e bolsas de iniciação científica e pesquisa são afetados. Por isso o lema dos manifestantes é “Bolsonaro, tira a mão da Federal!”
A justificativa do governo é que o contingenciamento é necessário para cumprir o teto de gastos.
Em Brasília, os manifestantes partiram da concentração na frente ao Museu Nacional da República, seguiram pelo Eixo Monumental, que chegou a ter três faixas bloqueadas, seguiram pela Esplanada nos Ministérios e terminaram com protestos diante do MEC.