Publicado em Jornal GGN –
A operação realizada ontem (21) na cracolândia, no centro de São Paulo, que utilizou mais de 900 policiais com bombas de gás e truculência contra os usuários, deixou claro uma “guerra fria” entre os governos municipal e estadual, dos tucanos João Doria e Geraldo Alckmin.
Segundo a Folha de S. Paulo, a ação teve problemas de comunicação e falta de articulação. Integrantes da gestão Doria reclamaram de um “atropelo” da operação policial, que foi realizada antes que medidas para proteger os usuários pudessem ser realizadas.
O jornal afirma que os membros do governo municipal esperavam este tipo de intervenção somente no final do mês ou em junho. Entretanto, com a operação de guerra realizada ontem, agora eles precisariam improvisar para dar contar de atender os dependentes químicos.
Além disso, a ação coincidiu com a Virada Cultural, organizada pela prefeitura paulistana. Com isso, a Guarda Civil Metropolitana acabou acumulando funções com a operação na cracolândia.
Durante a operação, dependentes químicos procuraram atendimento, mas os policiais e os funcionários de limpeza da prefeitura não souberam orientá-los sobre a possibilidade de internação.
Por outro lado, membros do governo estadual afirmam que a gestão Doria foi avisada há pelo menos duas semanas da operação, e que a falta de articulação foi causada pela prefeitura.
Integrantes do governo de Geraldo Alckmin também não gostaram de exposição que o prefeito conseguiu para si, já que a operação foi feita principalmente pelo governo do Estado.
Além disso, o prefeito adotou um discurso otimista, falando que a “cracolândia aqui acabou”, enquanto o governador foi mais cauteloso e disse que a ação era o “primeiro passo” para resolver a questão no centro da cidade.