Crescimento da extrema-direita expõe “o lado perverso” da sociedade, diz Raí

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O ex-jogador Raí, ídolo do Paris-Saint Germain e do São Paulo, agora é cidadão francês e figura pública muito querida nas ruas de Paris, onde é abordado por fãs a cada quarteirão.

Por Augusto de Sousa, compartilhado de DCM




O ex-jogador Raí. Marcello Zambrana/AGIF

Irmão de Sócrates, ídolo do Corinthians que se destacou na luta contra a ditadura militar no Brasil, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que ainda há muito o que fazer contra a extrema-direita na França e no Brasil. Nas últimas eleições francesas, ele esteve em um evento que uniu os grupos de esquerda, fundamental para derrotar a direita francesa.

“Eu me envolvi porque me chamaram, eu sou cidadão francês desde 2006. E me preocupa esse movimento global [de ascensão da extrema-direita]”, disse Raí. “E foi incrível porque o meu discurso [num comício] repercutiu no Brasil tanto quanto na França. Eu fiquei surpreso. Acho que acertei porque as pessoas, na França e no Brasil, estão sensíveis aos mesmos temas”.

Relembre o discurso:

Perguntado se acredita que a ultradireita foi definitivamente, ele respondeu que estamos “longe disso”, mas que guarda a esperança de “reverter esse movimento” levado adiante pelo que considera ser “o lado perverso da sociedade”.

Em junho, ele completou um mestrado em Políticas Públicas na Sciences Po, e agora divide seu tempo entre Paris e o Brasil. Na capital francesa, é sócio do Paris Futebol Clube, enquanto no Brasil mantém a Fundação Gol de Letra e a Raí + Velasco, que possui cinema e camarote no Morumbi.

Na entrevista concedida a Mônica Bergamo, o tetracampeão também elogiou Guilherme Boulos (PSOL): “Ele é uma liderança, tem uma história interessante, tem legitimidade para falar do que ele fala. Eu acredito muito nele. E achei legal também que, pela primeira vez, o PT de São Paulo abriu mão de candidatura para apoiar outro partido”, avaliou.

O ex-jogador, que almoçou com Emmanuel Macron e Lula durante a visita do presidente francês ao Brasil em março, revelou seus planos de escrever um livro sobre seu pai, Raimundo Vieira de Oliveira. Ele recorda que seu pai, preocupado com as notas baixas e distração do jovem Raí, chegou a cogitar que ele se tornasse músico ou até padre, devido à sua boa alma.

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