Após os depoimentos do ecólogo José Geraldo Marques, e do professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Abel Galindo, a CPI volta a se reunir na manhã desta quarta-feira, 6, para ouvir o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa, e o geólogo Thales Sampaio, aposentado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O requerimento para convocação deles foi apresentado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL).
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O senador alagoano acredita que os depoimentos dos convocados vão contribuir com os trabalhos da comissão.
“Thales Sampaio é uma pessoa que foi determinante para que se conseguisse responsabilizar a empresa Braskem. Ele fez um laudo técnico, passou vários meses morando em Maceió, reuniu tecnologia do mundo inteiro e teve a responsabilidade de colocar no papel o que estava acontecendo” – disse Rodrigo Cunha, na justificativa da convocação.
Ontem, a CPI da Braskem ouviu o professor José Geraldo Marques, pós-doutor em ecologia, que reafirmou seu entendimento de que a mineradora jamais poderia ter explorado sal-gema na área que destruiu, em Maceió. A razão, afirmou o ecólogo, é a fragilidade da área de restinga e os perigos da mineração, que terminou por destruir cinco bairros e mais de 14 mil moradias, atingindo mais de 50 mil pessoas.
Por sua vez, o professor Abel Galindo citou diversos estudos mostrando que a Braskem ultrapassou o limite da exploração, não respeitou a distância mínima de 100 metros de diâmetro entre as minas, nem a profundidade de retirada do sal-gema. Para ele, faltou monitoramento e fiscalização da empresa, que minerou o sal-gema em Maceió por quatro décadas em total liberdade.
Presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), a CPI da Braskem foi criada por requerimento do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Seu objetivo é investigar a responsabilidade jurídica e socioambiental da mineradora Braskem no afundamento do solo em Maceió.
Com Agência Senado