Por Bepe Damasco, compartilhado do seu Blog –
Um vídeo que circula nas redes sociais desde esta quinta-feira (19) é uma das peças políticas mais nojentas da história do país.
Nele, o bispo fundamentalista, desesperado ante a aproximação de uma derrota eleitoral humilhante, apela para a imundície, acusando o PSOL de pregar a pedofilia entre as crianças, caso ocupe a pasta da educação de Eduardo Paes. Crime mais evidente de calúnia, injúria e difamação não há.
Ao descer a um nível tão baixo, Crivella revela que, além de um político de baixíssima extração, é um sujeito portador de graves falhas de caráter. Faz muito bem o PSOL de acioná-lo na justiça, para que pague por esse crime.
Cabe lembrar que o ataque sujo ao PSOL se deu apenas dois dias depois de o prefeito ter exibido toda sua homofobia ao ofender o governador de São Paulo, João Dória, chamando-o de “viado”.
Como a imprensa noticiou fartamente, o prefeito chega ao fim do mandato colecionando denúncias de corrupção. A mais escabrosa delas diz respeito a um esquema enraizado na sua administração, batizado pela mídia de “escritório da propina”, uma espécie de central de malfeitos com o erário.
E, para encobrir o descalabro de sua gestão na saúde, o mandatário que cinicamente prometera “cuidar das pessoas” lançou mão de uma tropa de trogloditas, os “guardiões do Crivella”, para censurar o trabalho da imprensa.
Na base da mais despudorada distribuição de cargos comissionados, ele se livrou da abertura de cinco processos de impeachment que tramitaram na Câmara dos Vereadores.
O “fale com a Márcia”, privilegiando seus irmãos de fé na fila da cirurgia de catarata na rede municipal de saúde, virou símbolo do uso indevido e antirrepublicano da máquina pública.
A lista de patranhas do alcaide parece interminável.
Ele está com sua candidatura à reeleição cassada pelo TRE – concorre protegido por um recurso ao TSE -, porque em 2018 reuniu os empregados da Comlurb, a companhia de limpeza urbana do município, para pedir votos para seu filho, candidato derrotado a deputado.
Mas é aquela história: voto não preço, tem consequência. Há quatro anos, a esquerda alertava reiteradamente para o perigo que representava um bispo neopentecostal fundamentalista ocupar a prefeitura do Rio de Janeiro, pois, em que pese o estrago causado pelo avanço das milícias, o Rio ainda é a cidade mais libertária e cosmopolita do país.
Dito e feito. Crivella, em seu mandato, se esmerou em contaminar a administração pública com seus valores retrógados.
Mais do que uma derrota acachapante, tida como certa no dia 29 de novembro, um político como Crivella merece ser varrido da vida pública. Tudo indica que ele será lembrado no futuro como o pior prefeito do Rio de todos os tempos.
E mais: seu comportamento torpe e calhorda, no trato com seus adversários e críticos, carimba seu passaporte para o esgoto da história.