Culpa dos políticos ou inconsequência dos eleitores?

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Há pessoas que insistem em dizer que o problema do Brasil é a política: “Eu não quero falar sobre isso porque eu não gosto de política”. Como se o problema fosse com a política e não com as escolhas aos candidatos na hora do voto. Sem interesse em quem são os candidatos a cargos políticos, não há como saber mesmo quem está ou não bem-intencionado e quem pode usar as verbas públicas para benefício público ou próprio. Bastaria uma pequena pesquisa para ver o histórico político do candidato, mas as más informações prevalecem sobre a verdade, porque quem “não gosta de política” não se informa, já que dá trabalho e é perda de tempo pensar nisso, pois “são todos iguais”.

Por Milton Pereira, compartilhado de Construir Resistência




Com a manipulação da grande mídia, uma mulher íntegra, Dilma, foi abortada da presidência para dar lugar ao vice Temer, coautor do golpe e aliado do mercado financeiro, autor intelectual da trama. Foi também dessa maneira que um desconhecido juiz de primeira instância, Moro, prendeu Lula, candidato à presidência, sentenciando-o por “provas circunstanciais” em benefício de um candidato que tinha sido um medíocre tenente preso e afastado por traição e reformado como capitão Bolsonaro.
Com seu afastamento do Exército, o capitão, sem nunca ter sido, elegeu-se vereador pelo Rio de Janeiro e, por sete vezes, foi eleito para o Congresso Nacional sem ter um projeto que justificasse suas reeleições. Sempre foi um congressista defensor da ditadura, do fechamento do Congresso, do STF e do TSE.
Declaradamente, o projeto de Bolsonaro sempre foi o de ser ditador do Brasil e, eleito, cumpriu sua promessa de destruir o que estava feito para construir algo novo, que na realidade era ultrapassado, como os ideais da ditadura imposta em 1964. Com a ajuda da lava-jato perseguindo políticos que, mesmo inocentes, pudessem atrapalhar esses planos conservadores, tivemos o sequestro do nosso principal símbolo nacional com o argumento de que “nossa bandeira jamais será vermelha”, e vivemos o lema do “vamos metralhar a petralhada”.
Também vivenciamos o juiz, que impediu Lula de concorrer às eleições prendendo-o, transformar-se em ministro da Justiça e Segurança Pública do governo eleito, ser julgado suspeito pelo STF e ter suas condenações anuladas por falta de provas ou provas inconsistentes. Como bem poderia ser, candidatou-se à presidência, mas, por causa do troca-troca de partidos, viu-se impedido e passou a concorrer a uma cadeira no Congresso por São Paulo, que foi impugnada por fraudar seu domicílio. Eleito senador pelo Paraná, pode ter sua diplomação barrada por irregularidades em suas contas de campanha somadas a mais nove itens suspeitos encontrados pelo TRE. De paladino da justiça virou ex-juiz, ex-ministro, ex-candidato à presidência, ex-candidato a deputado e agora pode transformar-se em ex-quase senador.
Agora vemos Bolsonaro como futuro ex-presidente, com medo de ser preso junto com seus filhos pelos crimes que cometeram, pregando golpe contra o futuro presidente Lula, eleito democraticamente depois de inocentado. Como se pode notar, a cadela do fascismo está sempre no cio.


Milton Pereira é jornalista, artista plástico e músico

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