Dallagnol tem chilique após prisão de doleiro Alberto Youssef por substituto de Moro

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Prisão de Youssef, que havia sido solto por Sergio Moro após delação premiada, causa temor de que doleiro exponha relação pouco republicana com investigadores da Lava Jato.

Por Plinio Teodoro, compartilhado da Revista Fórum




O ex-procurador e atual deputado Deltan Dallagnol.Créditos: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Ex-procurador-chefe da Lava Jato e deputado federal, Deltan Dallagnol (Podemos-PR) deu chilique nas redes após decisão do juiz Eduardo Appio, que substituiu Sergio Moro (União-PR) na 13ª Vara Federal de Curitiba, determinando a prisão do doleiro Alberto Youssef, que havia sido condenado a 121 anos de prisão, mas foi libertado após um acordo de delação premiada com a força-tarefa em 2016.

Youssef, que foi preso novamente pela Polícia Federal na noite desta segunda-feira (20), mantém relações com Moro desde o chamado “escândalo do Banestado – sobre lavagem de dinheiro por meio das contas CC5 no banco estatal do Paraná que foi comprado pelo Itaú.

O doleiro foi apontado como um dos líderes de uma quadrilha de lavagem de dinheiro de propinas recebidas na Petrobrás, que deu origem à Lava Jato em 2014. Após a delação tentando incriminar Lula e Dilma Rousseff, o doleiro foi solto e a Lava Jato avançou no lawfare contra o ex-presidente.

Nas redes sociais, Dallagnol criticou a decisão de Appio, sobre prender novamente Youssef, a pedido da Receita Federal, por descumprimento do acordo com a Lava Jato, que foi criticado pelo juiz.

Para decretar a prisão preventiva, o juiz considerou que o investigado mudou de domicílio sem comunicar à Justiça e que ele tem elevada periculosidade social, sendo reincidente em crimes de colarinho branco e lavagem de dinheiro. Ele lembrou ainda que Youssef foi condenado a mais de 32 anos de prisão e não há notícia de que tenha regularizado seus débitos com a Receita.

“Novo juiz da Lava Jato se diz garantista e imparcial, mas decretou prisão de Youssef ‘de ofício’, sem provocação do Ministério Público ou Polícia – algo que garantistas condenam como indevido e, aliás, Moro nunca fez na Lava Jato”, reclamou Dallagnol.

O deputado compartilhou um tuite de outra procuradora que atuou na Lava Jato, Monique Cheker, que ficou conhecida na Vaza Jato por atacar Lula por ir ao enterro do neto, Arthur, quando estava preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.

Dallagnol ainda criticou a decisão de Appio de suspender o pedido de prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran, que foi decretada em 2016 por Sergio Moro em um processo de perseguição judicial reconhecido até mesmo pela Interpol.

“Ao mesmo tempo em que prendia Youssef numa decisão bastante, vamos dizer, ‘econômica’ nos fundamentos, revogou prisão preventiva do réu foragido Tacla Duran, cultuado pela esquerda por ter atacado a Lava Jato. Vai vendo…”, escreveu o ex-procurador.

O receio de Dallagnol, Moro e procuradores da Lava Jato é que, preso, Youssef resolva contar em detalhes todo envolvimento que tinha com a força-tarefa e, em especial, com o ex-juiz.

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