Por Gilberto Maringoni, via Graça Lago, Facebook –
Começam a aparecer textos e posts dando conta que a visão de Jesus Cristo num pé de goiabeira seria parte de uma narrativa maior sobre um abuso sexual sofrido pela pastora Damares Alves, agora nomeada ministra no governo entrante. Há até ensaios de solidariedade à religiosa pela agressão sofrida.
É necessário separar o joio do trigo e não atirar o trigo no lixo. Damares Alves é uma empulhadora, uma espertalhona que se vale da boa fé alheia para destilar ódio e preconceito. Há um vídeo no Youtube no qual a líder evangélica insufla sua audiência contra o ensino de história da África nas escolas e desqualifica religiões dessa matriz e suas divindades.
Damares Alves é figura nociva à democracia. Não à toa serve a um governo de extrema-direita, entreguista e que pode ser extremamente repressivo. Damares não é inocente. Tem de ser combatida e desmascarada em sua charlatanice.
Com isso, não se deve tirar de cena o possível abuso por ela sofrido na infância. É algo muito sério, que acomete milhares de mulheres. Mas sua pregação falsamente moralista gera um obscurantismo que se torna terreno fértil para brutalidades variadas. A família NÃO é a origem de toda a moral, o dogma religioso NÃO contempla incontáveis virtudes e Estado laico e a convivência entre diferentes NÃO são atributos do demônio. O preconceito e o culto à ignorância não melhoram a convivência social.
Não é possível haver vacilações sobre esta figura. Afinal de contas, Hitler também sofreu humilhações na juventude.
