Advogado de Lula, o deputado federal Wadih Damous (PT/RJ) acabou de encerrar uma visita ao ex-presidente, na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba e fez um relato, ao vivo, nas redes sociais, no qual fala da conversa com Lula e analisa o cenário político.
Íntegra do relato do deputado Wadih Damous.
“Acabo de sair da visita ao presidente Lula. É a primeira visita que faço a ele após aquele lamentável julgamento do TSE na sexta feira passada. Essa minha visita teve o caráter das visitas que faço a ele, tradicionalmente, mas também teve o caráter de solidariedade, porque o que nós vimos na sexta feira foi uma vergonha.
O que nós vimos foi o TSE à margem do Direito, sobretudo através do voto do ministro Roberto Barroso, que não foi um voto, foi um panfleto político. Ali nós não vimos o Direito, ali nós não vimos a ordem jurídica, ali nós não vimos as regras constitucionais, ali nós não vimos a obediência a uma decisão da ONU. Ali o que nós vimos foi o escárnio, foi um deboche ao povo brasileiro, foi simplesmente rasgar a constituição.
Eu fiquei indignado, o presidente Lula está indignado, mas ele segue firme e de cabeça erguida. Nós hoje já protocolamos o recurso extraordinário no STF e continuaremos lutando pelo reconhecimento do direito do presidente Lula ser candidato.
O que na verdade o STF deveria fazer, e já deveria ter feito, era julgar logo a questão do mérito do processo que condenou o presidente Lula, antes de inviabilizá-lo eleitoralmente. Isso sim, seria o correto, que o Supremo admitisse e julgasse o recurso extraordinário. Porque é uma vergonha o tratamento que está sendo dado ao presidente Lula. Tratá-lo dessa forma injusta como se uma pessoa que tivesse dois direitos tivesse que escolher um.
O presidente Lula não pode ser livre e candidato, ao mesmo tempo, ele tem de escolher um dos direitos. No caso só querem que ele escolha o direito à liberdade e abra mão do direito de ser candidato. Não! Ele tem direito às duas coisas. Ele foi condenado num processo injusto, num processo sem provas, e está sendo impedido de concorrer também por uma decisão absolutamente injusta e contrária ao Direito.
Então fica aqui o desafio ao STF: julguem o processo da lava jato, julguem o processo do triplex, examinem aquela farsa jurídica e declarem logo o presidente Lula inocente. Ele tem direito a um julgamento justo. E vamos continuar insistindo. A ONU disse que o presidente deveria concorrer às eleições.
Ontem foi protocolada uma denúncia na ONU da desobediência que o TSE produziu na sexta feira passada. Hoje nós protocolamos o recurso extraordinário no Supremo.
vamos insistir com a candidatura do presidente Lula porque é o que o povo quer e assim é de direito, é o que diz a Constituição e é o que manda a ONU.”