De acordo com o cientista político, é necessário “desconstruir a devastação bolsonarista” na educação
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247 – O cientista político e educador Daniel Cara afirmou neste sábado (25) que é necessário o Ministério da Educação (MEC), comandado por Camilo Santana, rever a Lei nº 13.415/2017, aprovada no governo Michel Temer. Conhecida como a Reforma do Ensino Médio, a proposta aumentou a carga horária e deixou currículos mais flexíveis.PUBLICIDADE
“Quadro estabelecido: o MEC é o único ministério que dá continuidade programática ao governo Temer (Reforma do Ensino Médio e BNCC) e não apresenta ações – e sequer propostas! – para desconstruir a devastação bolsonarista na área que gere. Pior, defende o ‘legado’ de Temer. Grave”, escreveu o analista no Twitter.
Defensores da proposta argumentam que o projeto direciona melhor os estudantes para o mercado. Pessoas contrárias ao projeto avaliam que a interdisciplinaridade do conhecimento é necessária, mas, pela maneira como foi elaborada, aumenta a possibilidade de os conteúdos serem discutidos de forma superficial, o que, na prática, prejudica o senso crítico dos estudantes.
O projeto
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ocupará 60% do total de horas letivas, o equivalente a 1.800 horas divididas entre 1º, 2º e 3º anos do ensino médio. Os outros 40% do currículo são preenchidos pelos chamados Itinerários Formativos em que o estudante escolhe a área de conhecimento de sua preferência.
De acordo com o projeto, mudou a maneira como o conteúdo é dividido. Não é uma divisão por matérias, mas sim por quatro áreas do conhecimento, como é feito na divisão do Enem: Linguagens e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Inglês, Artes e Educação Física); Matemática e suas Tecnologias (Matemática); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Química e Física), e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia).
Alunos, obrigatoriamente, veem todas as áreas do conhecimento no Ensino Médio, mas em algum dos anos podem acabar não estudando todas elas. Apenas Matemática e Língua Portuguesa continuaram obrigatórias.