Na capital federal, nossos ativistas denunciaram a política antiambiental que acaba com a floresta e os oceanos

Ativistas do Greenpeace realizam um protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. © Adriano Machado / Greenpeace




Na manhã desta quarta-feira, realizamos um protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Para mostrar que não aceitamos a política antiambiental do governo Bolsonaro, levamos de maneira simbólica o derramamento de óleo do Nordeste e a Amazônia destruída para o local de trabalho do Presidente da República.

Confira nossa cobertura:

O governo Bolsonaro comprova, a cada dia, que é inimigo do meio ambiente. A lentidão em resolver problemas, das manchas de petróleo nas praias do Nordeste às queimadas na Amazônia, é reflexo do desmonte ambiental promovido pelo governo e mantém o Brasil no centro das atenções de descasos com o meio ambiente.

Desde o fim de agosto, as manchas de petróleo afetam a natureza, os animais marinhos, as pessoas, a pesca, o turismo e a economia de centenas de locais em todos os estados da Região Nordeste. A demora em combater e mitigar o maior desastre de petróleo do país em extensão prova que o governo federal não está preparado para responder a derramamentos como esse, deixando nossos oceanos ainda mais ameaçados.

Em vez de focar na resolução do problema com eficiência, o presidente Jair Bolsonaro viajou para o exterior enquanto o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tenta mascarar a sua inação desviando a atenção do problema e jogando a responsabilidade para a população e para as organizações não governamentais.

O governo deveria ter implementado rapidamente todas as ações previstas no Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC), com a devida comunicação pública e atribuição de tarefas, recursos humanos e financeiros nos comitês designados.

Levamos, de maneira simbólica o derramamento de óleo no Nordeste para o local de trabalho do Presidente da República. © Christian Braga / Greenpeace

Mas ao mesmo tempo em que o óleo se alastrava rapidamente, o governo estava preocupado em vender mais espaços no mar e na Amazônia para que empresas perfurem e busquem por petróleo.

“Enquanto o óleo se espalha, o governo  Bolsonaro segue realizando leilões e oferecendo mais de dois mil blocos de petróleo em diversas áreas sensíveis social e ambientalmente, da costa brasileira à floresta amazônica”, diz Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “Vivemos uma emergência climática, precisamos abandonar os combustíveis fósseis e acelerar a transição para uma matriz energética 100% limpa e renovável”.

A atuação do Greenpeace contra a exploração e queima de petróleo acontece há mais de duas décadas. Em 2011, fizemos campanha contra a exploração de petróleo na região de Abrolhos e estamos há três anos lutando, com sucesso, contra a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, onde estão os Corais da Amazônia.

Pátria queimada, Brasil

Ativistas do Greenpeace realizam um protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, levando a Amazônia destruída para o local de trabalho do Presidente da República.

© Christian Braga / Greenpeace

A conduta inadequada do governo Bolsonaro não se limita ao óleo nas praias. Até hoje, pouco se fez para conter a destruição da Amazônia, pelo contrário, dados recentes sinalizam as consequências da falta de ação do governo: a área com alertas de desmatamento emitidos em agosto e setembro de 2019 foi 142% maior em comparação ao mesmo período em 2018, conforme indicado pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Desde que tomou posse, o governo Bolsonaro tem esvaziado e enfraquecido órgãos de proteção e fiscalização ambiental, ameaçado rever Unidades de Conservação e abrir Terras Indígenas para interesses econômicos. O presidente fez inúmeros discursos que encorajam o crime ambiental. Agora, estamos vendo o resultado desta política”, afirma Cristiane Mazzetti, da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil.

A postura antiambiental do governo Bolsonaro prejudica o Brasil de muitas formas, inclusive economicamente, e traz prejuízos para a reputação do país. recorde no número de alertas de fogo este ano acarretou, por exemplo, em suspensão de compra de produtos brasileiros e resistência de lideranças internacionais em ratificar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.

A imagem do país está queimada lá fora. O governo precisa deixar de ser omisso com os problemas ambientais e climáticos e cessar imediatamente o ataque à Amazônia e seus povos.

Defendemos as florestas e os oceanos no Brasil há 27 anos e continuaremos exigindo que nossos governantes atuem com responsabilidade. Assine nosso abaixo-assinado contra o desmonte ambiental do governo Bolsonaro, acesse aqui.

**ATUALIZAÇÃO**

Ativistas que protestavam em Brasília foram detidos pela Polícia Militar e levados à delegacia. Até o momento, 17 ativistas foram presos.