Publicado no Portal do Greenpeace –
Na capital federal, nossos ativistas denunciaram a política antiambiental que acaba com a floresta e os oceanos
Na manhã desta quarta-feira, realizamos um protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Para mostrar que não aceitamos a política antiambiental do governo Bolsonaro, levamos de maneira simbólica o derramamento de óleo do Nordeste e a Amazônia destruída para o local de trabalho do Presidente da República.
Confira nossa cobertura:
O governo Bolsonaro comprova, a cada dia, que é inimigo do meio ambiente. A lentidão em resolver problemas, das manchas de petróleo nas praias do Nordeste às queimadas na Amazônia, é reflexo do desmonte ambiental promovido pelo governo e mantém o Brasil no centro das atenções de descasos com o meio ambiente.
Desde o fim de agosto, as manchas de petróleo afetam a natureza, os animais marinhos, as pessoas, a pesca, o turismo e a economia de centenas de locais em todos os estados da Região Nordeste. A demora em combater e mitigar o maior desastre de petróleo do país em extensão prova que o governo federal não está preparado para responder a derramamentos como esse, deixando nossos oceanos ainda mais ameaçados.
Em vez de focar na resolução do problema com eficiência, o presidente Jair Bolsonaro viajou para o exterior enquanto o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tenta mascarar a sua inação desviando a atenção do problema e jogando a responsabilidade para a população e para as organizações não governamentais.
O governo deveria ter implementado rapidamente todas as ações previstas no Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC), com a devida comunicação pública e atribuição de tarefas, recursos humanos e financeiros nos comitês designados.
Mas ao mesmo tempo em que o óleo se alastrava rapidamente, o governo estava preocupado em vender mais espaços no mar e na Amazônia para que empresas perfurem e busquem por petróleo.
“Enquanto o óleo se espalha, o governo Bolsonaro segue realizando leilões e oferecendo mais de dois mil blocos de petróleo em diversas áreas sensíveis social e ambientalmente, da costa brasileira à floresta amazônica”, diz Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “Vivemos uma emergência climática, precisamos abandonar os combustíveis fósseis e acelerar a transição para uma matriz energética 100% limpa e renovável”.
A atuação do Greenpeace contra a exploração e queima de petróleo acontece há mais de duas décadas. Em 2011, fizemos campanha contra a exploração de petróleo na região de Abrolhos e estamos há três anos lutando, com sucesso, contra a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, onde estão os Corais da Amazônia.
Pátria queimada, Brasil
A conduta inadequada do governo Bolsonaro não se limita ao óleo nas praias. Até hoje, pouco se fez para conter a destruição da Amazônia, pelo contrário, dados recentes sinalizam as consequências da falta de ação do governo: a área com alertas de desmatamento emitidos em agosto e setembro de 2019 foi 142% maior em comparação ao mesmo período em 2018, conforme indicado pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Desde que tomou posse, o governo Bolsonaro tem esvaziado e enfraquecido órgãos de proteção e fiscalização ambiental, ameaçado rever Unidades de Conservação e abrir Terras Indígenas para interesses econômicos. O presidente fez inúmeros discursos que encorajam o crime ambiental. Agora, estamos vendo o resultado desta política”, afirma Cristiane Mazzetti, da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil.
A postura antiambiental do governo Bolsonaro prejudica o Brasil de muitas formas, inclusive economicamente, e traz prejuízos para a reputação do país. O recorde no número de alertas de fogo este ano acarretou, por exemplo, em suspensão de compra de produtos brasileiros e resistência de lideranças internacionais em ratificar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
A imagem do país está queimada lá fora. O governo precisa deixar de ser omisso com os problemas ambientais e climáticos e cessar imediatamente o ataque à Amazônia e seus povos.
Defendemos as florestas e os oceanos no Brasil há 27 anos e continuaremos exigindo que nossos governantes atuem com responsabilidade. Assine nosso abaixo-assinado contra o desmonte ambiental do governo Bolsonaro, acesse aqui.
**ATUALIZAÇÃO**
Ativistas que protestavam em Brasília foram detidos pela Polícia Militar e levados à delegacia. Até o momento, 17 ativistas foram presos.