Da Secretaria Executiva de Comunicação, no Portal da PMSP –
Dois anos após a Prefeitura de São Paulo ter implementado o programa De Braços Abertos na região conhecida como Cracolândia, no bairro da Luz, 88% dos beneficiários da ação afirmam ter reduzido drasticamente o consumo de crack. Os dados fazem parte de uma pesquisa feita por assistentes sociais que atuam junto com os dependentes químicos e mostra ainda que, antes do programa, iniciado em janeiro de 2014, o uso de crack por pessoa era de, em média, 42 pedras por semana, e agora é de 17 pedras, uma queda de 60% entre as pessoas cadastradas.
Antes do De Braços Abertos, que oferece moradia em hotéis, oportunidade em frentes de trabalho e renda, além de alimentação e capacitação, cerca de 16% dos beneficiários afirmava consumir de 81 a 100 pedras por semana, índice que agora é de apenas 2%. As pessoas que diziam consumir de 1 a 10 pedras por semana representavam 22% antes do programa. Agora, eles são quase a metade (47%) dos beneficiários. A pesquisa ainda aponta que, antes da ação, 65% dos beneficiários diziam passar o dia todo sob o efeito do crack, e 32% na metade do dia, pelo menos. Dois anos depois, apenas 5% afirmam ficar sob efeito da droga durante todo o dia. Mais de 55% dizem ficar sob o efeito do crack por pouco tempo no dia. Antes, eram apenas 3%.
O De Braços Abertos é baseado no conceito de redução de danos, fazendo com que o dependente químico, com mais dignidade e seus direitos respeitados, deixe gradativamente o consumo de crack e outras drogas. O levantamento aponta, por exemplo, que 84,66% estão em tratamento de saúde, que 84,17% não possuíam sequer documentação antes da ação –e, agora, contam com identificação– e que 72,75% estão trabalhando. Outro dado importante é que 52,52% dos beneficiários recuperaram o contato com a família, condição importante para a reinserção social do dependente químico.
Atualmente, o programa conta com 467 beneficiários ativos, sendo 36% de mulheres e 64% de homens. Na faixa etária, 43% dos cadastrados tem entre 30 a 40 anos e 31% entre 51 a 55 anos de idade. Em relação à escolaridade, cerca de 55% têm o Ensino Fundamental incompleto e 12% o Ensino Médio incompleto. Os pardos são 50% dos beneficiários, enquanto 27% se declaram negros e 23% brancos.