Por Ulisses Capozzoli, Facebook –
Muita gente ficou ofendida com a frase do Pedro Herz, da Livraria Cultura:
─ Para que precisamos de um Ministério da Cultura? Melhor ter um bom ministro da educação para ter gente que lê e depois falamos de cultura.
A frase tem sua carga de agressividade. Mas merece reflexão. Ofensa & mágoas não resolvem coisa alguma. O que resolve são atitudes.
O empresário não expôs essa ideia ao acaso. Ao contrário. A Cultura, a maior livraria da cidade de São Paulo, a principal megalópole brasileira, está mal das pernas.Teria tido, recentemente, oferta de compra pela OLX.
Se a principal livraria do País não consegue sustentar-se, como fica a situação, em geral, em relação a livros, educação & cultura? Nem um pouco promissora. Até porque, uma revisão nas últimas estatísticas, passou de 13 milhões, para 20 milhões, o número de analfabetos no Brasil. Gente que pode decorar o desenho do destino de um ônibus.
Mas, não vai além disso. Está abandonada no fundo de um fosso de onde nunca irá sair. Incapaz de ler um único livro.
E o Mordomo suspendeu o programa de alfabetização…Enquanto torrou uma grana preta. No mínimo R$ 2 bilhões, em suborno para não cair. Isso que é visão de futuro. Para quem sonha com o retorno da escravidão.
A Casa Grande bem plantada em cenário bucólico. E a certa distância dela, profilaticamente situada, a senzala. Abrigo precário de cativos… Deserdados de direitos elementares: a reforma tocada por Temer com apoio empresarial.
Sem livros & sem leitura, a capacidade crítica se reduz a nada. À aceitação do destino, receita para Edir Macedo & afins.
Numa sociedade esclarecida essa gente estaria na prisão. Por má fé, manipulação & estelionato. No Brasil, são andaimes & escoras do poder.
Daí a simbiose, a relação em que os dois lados ganham. Enquanto um terceiro é aniquilado. O direito & prazer de ler um livro. De ir ao cinema. Direitos elementares confiscados.
Essa é a posição do Brasil na “sociedade da informação”.
E há quem veja, com a queda do Mordomo, perspectivas com Rodrigo Maia. Do DEM, que até bem recentemente era o PFL. Mudou de nome para persistir no rumo.O que deve acontecer em breve & mais uma vez com o PMDB, o partido do achaque. O partido que nem precisa de um candidato, para conquistar o cargo máximo de poder.
A inviabilização do PT, pedida nas ruas & varandas, não alterou a realidade.
Que só ficou menos promissora. Muito Menos que já era…