De uma intermediária a tantas outras, Capita!

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Por Darcio Ricca, 3 na Copa – 

Para este espaço que trata de futebol, o mais importante é a contribuição que cada ser humano-atleta-jogador-boleiro-player-futebolista entrega ao esporte.

Os 20 anos de carreira de Carlos Alberto Torres foram marcados por grandes conquistas pelo Fluminense, Santos, Botafogo e, pelas terras do Tio Sam, ao ensinar o mais encantador dos esportes aos norte-americanos.




Como treinador, mais 22 anos entre glórias e aprendizados, assim como na função de comentarista até hoje ao ter que se despedir forçosamente da vida no futebol, seu combustível essencial!

Seus 72 anos de vida foram quase totalmente dedicados à paixão, eternizada pelo beijo na taça do tricampeonato em 1970, como o capitão da melhor seleção de futebol de todos os tempos, mesmo e por conta daquele tempo.

O moderno camisa 4, que TRIplicando dá 12 anos de seleção, tinha ainda que concluir em gol, a jogada mais bela da história do futebol moderno e coletivo.

Uma prosa e poesia como o brilhante ensaísta e multifacetado José Miguel Wisnik ilustrou em sua obra Veneno Remédio.

Ele e Mestre Tostão, sempre juntam arte e ciência. Ambos enalteceram este quarto gol na final de 1970 contra a Itália na apresentação do premiado neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis.

Tostão, traz com as suas letras encantadoramente distribuídas de raciocínio, estas linhas de passe:

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, importante pesquisador, radicado nos EUA, utilizou, em um dos capítulos de seu livro “Muito além do nosso eu”, o quarto gol do Brasil contra a Itália, na final da Copa de 1970, como exemplo para discutir a plasticidade e a interação dos neurônios e dos circuitos cerebrais. O pesquisador contou em detalhes, tão bem quanto os melhores narradores e comentaristas esportivos, como oito jogadores trocaram passes, durante 30 segundos, sem interrupção. Ele disse, e concordo, que nenhum dos oito atletas tinha a ideia sobre o que seria o resultado final de sua interação com os companheiros, além de ser impossível planejar o lance. Já os reducionistas, lembrou o neurocientista, tentariam explicar a complexidade da jogada estudando as características de cada jogador e separando as ações de cada um no momento da jogada.

(Tostão, na Folha de S. Paulo; 17/07/2011)

Porque, prezado Capita, muito obrigado por concluir a obra coletiva que faz nossas almas chamarem atenção das nossas pernas para se erguerem e nossas mãos automaticamente aplaudirem o feito!

De uma intermediária a tantas outras, Capita! Descanse em paz!

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