Por Alceste Pinheiro, jornalista, no Facebook –
Embora não pretenda viajar a Havana este semestre, ontem entrei no site da Decolar.com para ver os pacotes para Cuba. Projetei toda a viagem, escolhi o pacote, com passagem e hotel, e eis que surge um formulário para eu preencher. Obrigava-me a informar qual a razão da viagem. Não aparecia, entretanto, a opção “turismo”.
Logo ficou evidente que era uma obrigação imposta pelo Governo Norte-Americano, como o próprio site informava.
Como não pretendia mesmo comprar o pacote agora e nem me submeteria a isso, entrei em contato por telefone com a empresa. Perguntei os motivos. Expliquei também que não sou cidadão norte-americano (nem pretendo sê-lo – diga-se), que não era regido por qualquer lei dos Estados Unidos, que o Brasil ainda era um país soberano e independente, que mantem relações regulares com Cuba, que nunca me fora exigido tal absurdo em minhas viagens a Havana, e que o pacote não previa escala em território norte-americano.
Reclamei ainda que o referido formulário sequer contemplava as opções “turismo” e “sassarico”, que são o que me interessa. Lembrei que somente Cuba tem o direito de decidir quem pode entrar em seu território, e que só o Brasil decide por quais motivos aos seus cidadãos estão impedidos de viajar. Por fim, manifestei repúdio a esse cerceamento e essa invasão de privacidade.
O funcionário que me atendeu não soube explicar o motivo e prometeu-me dar uma satisfação hoje à tarde. Claro que não o fez.
Como uma empresa, registrada, reconhecida e autorizada a operar no Brasil pratica uma discriminação odiosa dessas.
A partir de hoje, decidi boicotar a Decolar.com e conclamo aos amigos a fazê-lo também.
Ao lado disso, decidi processar a empresa.