Segundo a Defensoria Pública, 14 pessoas morreram em operação policial realizada no complexo
(crédito: Agência Brasil/Tomaz Silva)
A Defensoria Pública do Rio afirmou, em nota divulgada na noite desta quinta-feira, 21, que “há indícios de situações de grave violação de direitos” durante a operação policial realizada horas antes no complexo do Alemão, na zona norte do Rio, “com possibilidade desta ser uma das operações com maior índice de mortos no Rio de Janeiro”.
No início da tarde, em áudio gravado na entrada da favela da Grota, uma das comunidades do Alemão, o ouvidor-geral do órgão, Guilherme Pimentel, afirmou ter confirmado a morte de 14 pessoas – 12 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão e 2 na própria favela. Também disse ter informações sobre outras seis pessoas que teriam morrido no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha (zona norte). Ele informou que essas mortes precisavam ser checadas.
Pimentel também relatou ter recebido várias denúncias contra a polícia.
“A gente recebeu a demanda de entrar nos locais onde há denúncias de graves violações de direitos humanos, como pessoas mortas, cenas (de crime) sendo desfeitas, feridos sem prestação de socorro, pessoas ameaçadas de execução sumária, encurraladas dentro de casa, pessoas sendo agredidas, muitas invasões de domicílio, depredação, enfim, todo tipo de violação de direitos humanos”, afirmou Pimentel.
Pimentel estava com representantes do Conselho Estadual de Direitos Humanos e das Comissões de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), junto a um dos acessos à comunidade, afirmou que não havia segurança para chegar aos locais de confronto, e por isso não foi possível prosseguir até os locais onde as violações teriam acontecido.
“A gente conversou com moradores que estiveram no morro tentando chegar nessas localidades de onde vêm essas denúncias, e nos relataram terem sido alvo de disparos de armas de fogo para dispersão por parte da Polícia Militar, o que confirma a gravidade e o perigo de entrar (na comunidade) neste momento”, completou.
Na nota enviada à noite, a Defensoria afirmou ainda que “está acompanhando com preocupação as informações sobre a operação policial no Complexo do Alemão” e que o órgão “está presente no local através de sua Ouvidoria” e outros órgãos.