Por Ricardo Galhardo, no Estadão –
Criminalista Cristiano Zanin Martins alega que tentou sem êxito nesta quinta-feira, 4, obter cópias de novos depoimentos nos autos
O criminalista Cristiano Zanin Martins, que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que foi impedido pelo Ministério Público de ter acesso a partes do inquérito que apura suposta ocultação de patrimônio por meio do apartamento tríplex ao qual a família de Lula teria direito no Guarujá.
Martins disse que tentou, na manhã desta quinta-feira, 4, ter acesso a novos depoimentos citados em reportagens publicadas nos últimos dias, mas o promotor Cassio Conserino, responsável pela investigação, teria afirmado que as oitivas ainda não foram anexadas aos autos.
“Isso é inaceitável, viola o processo legal e prejudica a atuação da defesa”, disse o criminalista.
O advogado lembrou que Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia serão ouvidos pelo Ministério Público no dia 17 de fevereiro, dentro de menos de duas semanas, e que embora partes destes depoimentos já tenham sido divulgados pela imprensa, não estão à disposição da defesa para traçar a estratégia dos depoimentos.
“Vamos fazer uma análise da atuação do promotor e tomar as medidas necessárias para que sejam preservados os direitos que são do ex-presidente e de qualquer cidadão”, afirmou Martins.
Segundo ele, no último final de semana a tese inicial de Conserino foi “desconstruída” com base em documentos divulgados pelo Instituto Lula que, conforme a defesa, provam que o ex-presidente nunca foi dono do tríplex no Guarujá.
COM A PALAVRA, O PROMOTOR CASSIO CONSERINO
O promotor Cassio Conserino nega ter cerceado acesso aos autos do inquérito. Segundo ele, uma advogada de Lula fotografou todos os 14 volumes da investigação. O promotor não respondeu se os novos depoimentos constam dos 14 volumes.