Por Adriana do Amaral, jornalista
Carta aos coleguinhas da imprensa hegemônica
A velha prática se mantém: prá que falar bem se podemos criticar? Com a eleição do presidente Lula, e até antes, a Janja, sua companheira, virou alvo dos colunistas.
Tudo o que ela faz, fala, veste ou até deixa de dizer vira notícia. Nem sempre fidedigna, quase sempre com aquele velho viés das pautas antipetistas e antitrabalhistas.
Desde que foi anunciada como a namorada do Lula, Janja tem sido alvo de falatório. De verborragia. De críticas, de desinformação.
Antes, desconhecida, esmiuçaram a sua vida; na campanha noticiada como enxerida e depois de casada, de aparecida. Devíamos estar celebrando a postura de Janja: mulher de seu tempo, com visão de mundo e, acredito, o bálsamo da juventude presidencial.
Por que Janja incomoda? Por ela estar ao lado do poder? Por ser mulher? Por ser uma intelectual? Por ser trabalhadora? Intelectual?
Incomoda por gostar do que é bom? Valorizar a cultura nacional? Agregar valores em torno de si? Saber o lugar que ocupa no Brasil?
Sabemos que as críticas também são direcionadas ao seu marido. Isso mesmo: o “esposo” da Janja, o homem da Janja, o presidente Lula! E ela é maior do que isso.
Eu voto Janja como ministra das relações exteriores, interiores, porta-voz dos brasileiros. Com sua leveza, espontaneidade e sinceridade ela provoca o coro dos descontentes que dão voz e munição àquela direita que combatemos.
Janja é celebrada pela novidade, mas também pela realidade que desvela de corpo e alma.
Não vamos deixar que calem essa voz. Fala, canta, dança, beija e faça acontecer, Janja Lula da Silva!
Foto: Ricardo Stuckert