A denúncia de pessoas que se encontram em situação de rua foi feita na manhã dessa segunda-feira (10) durante encontro com o padre Júlio Lancelotti. As denúncias foram acompanhadas pelo candidato a governador de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad. As pessoas testemunharam que ao tentarem votar no primeiro turno das eleições foram impedidos por policiais, sob alegação que não teriam direito a ter título de eleitor.
Pelo menos dois deles relataram que, mesmo com o documento em mãos, não puderam entrar nas zonas eleitorais. Como o voto é um direito e dever, os eleitores não puderam cumprir o que determina a lei brasileira.
Uma nova manifestação de aporofobia. Ou seja, ódio aos pobres. Quando pessoas humanas, devido às suas condições sociais, são desqualificados como cidadãos.
O pároco do povo da rua já contatou advogados e irá acionar a Justiça, denunciando o assédio criminoso. A arbitrariedade também cerceia o direito de escolha da representação política.
A clareza dos relatos não deixa dúvidas do crime de abuso de autoridade. Um dos homens explicitou:
“A polícia, que estava no portão, não deixava nenhum morador de rua entrar lá dentro, e o que eu estou falando aqui não é mentira.“ Outro completou que um colega, “só porque estava segurando um saco de lixo” foi orientado a voltar.
Vivem pelas ruas da cidade de São Paulo, atualmente, cerca de 40 mil pessoas, a maioria vivendo o empobrecimento resultante da pandemia da Covid-19 e política neoliberal.
No Estado, embora não tenhamos números atualizados, é visível o aumento dos brasileiros que foram obrigados a viverem marginalizados. Um população que, conforme sempre lembra o padre Júlio, reflete o povo brasileiro em sua diversidade.
Vejam os vídeos aqui: