Publicado no Jornal GGN –
Aécio Neves nunca primou pelo conhecimento. Sempre foi superficial como a manchete de jornal – que, aliás, sempre serviu de guia para ele. Mas, ao menos, tinha a imagem de político esperto, conciliador, justamente o perfil que o jogo político atual exige para conter a extrema radicalização do momento.
Até FHC e José Serra se deram conta disso.
Não Aécio, que se meteu na armadilha de vestir o uniforme de Catão.
É uma rota sem futuro porque dilui completamente a imagem de conciliador que acumulou nos tempos de governo de Minas. Ao mesmo tempo, o expõe nas muitas suspeitas que pesam sobre ele.
Seu conterrâneo Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, livrou-o de duas suspeitas pesadas. A primeira, as denúncias detalhdas de AlbertoYousseff sobre os esquemas de caixinha em Furnas, beneficiando Aécio, muito mais detalhes do que na maioria das ações encaminhadas por Janot contra outros parlamentares.
A segunda, uma denúncia de conta no paraíso fiscal de Linchestein, que desde 2010 repousa na gaveta do PGR.
Alguém precisa alertá-lo que, até por esperteza, deve abdicar desse papel ridículo de paladino da moralidade.