Publicado no site Repórter Sindical –
O governo Temer faz propaganda enganosa a respeito da reforma da Previdência. Por isso, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) ingressou com denúncia junto ao órgão regulador, o Conar (Conselho Nacional de Autor-regulamentação Publicitária).
A Agência Sindical entrevistou o deputado nesta terça. Veja os principais trechos.
Ilusão – “A propaganda é bem feita, mas mentirosa. Entendo que ela intimida e coage as pessoas. Há uma clara tentativa de iludir e enganar a opinião pública”.
Denúncia – “Formalizei a denúncia por meio de ofício. A primeira resposta do Conar é de que o órgão não examina propaganda partidária. Não se trata disso. Estou esperando o prazo do Conselho e vou contestar”.
Quebradeira – “Não é verdade que a Previdência está quebrada. Tanto assim que, só no ano passado, por meio da DRU (Desvinculação das Receitas da União), o governo tirou R$ 120 bilhões da Seguridade Social. Se está quebrada, como teria dinheiro pra ser sacado pelo governo?”.
Sangria – “Com a PEC dos gastos públicos, o governo tentou estender o saque, por meio da DRU, até 2036. Foi uma luta, mas conseguimos impedir a sangria. Na verdade, não é a Previdência que está quebrando o País e enfraquecendo o Estado, mas sim o pagamento dos juros e serviços da dívida”.
Denúncia ao TCU – “Semana passada, dei entrada no Tribunal de Contas da União requerendo auditoria da Seguridade Social, baseado em dados da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal). A Anfip prova que não faltam recursos. Estou esperando designação do relator. O governo tem de mexer nas isenções e em outros furos por onde escoam os recursos da Previdência, e não cortar benefícios de afastados por auxílio-doença”.
49 anos – “A regra dos 49 anos pra se garantir aposentadoria integral é completamente inviável; ninguém vai conseguir se aposentar com o benefício inteiro. Somos um País com alta rotatividade da mão de obra. O governo fala em 12 milhões de desempregados, mas, se considerarmos todos os que estão sem ocupação regular ou deixam de procurar emprego, esse número chega a 20 milhões”.