Redação – A enorme quantidade de matérias que tem tomado a imprensa nas últimas semanas a respeito da qualidade dos serviços e da situação financeira dos Correios tem um único objetivo: preparar o terreno para a privatização de uma estatal símbolo do País. A intenção dos golpistas é clara: criar um clima de falência generalizada do Brasil – incluindo suas instituições públicas – e culpar o PT. É necessário combater essas falsas afirmações, divulgando à população brasileira os fatos concretos, a começar pela real situação dos Correios e as conquistas realizadas na gestão do PT. Vejam aqui, texto do pronunciamento da tribuna do deputado federal Leonardo Monteiro (PT):
“Com muita preocupação, temos acompanhado discussões sobre privatização dos Correios, sob a alegação de que os Correios não dão lucro. Mas essa não é a obrigação dos Correios, não é a função da empresa. O serviço postal no mundo todo é estatal, porque é um direito do cidadão. Diretos não têm que dar lucro, é obrigação do Estado fornecer e arcar com os custos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) possui uma agência especializada em serviço postal, a União Postal Universal (UPU), que fica na Suíça, e organiza a atividade postal nos 192 correios do mundo. A UPU diz que serviço postal é direito do cidadão. E para garantir esse direito, os governos no mundo todo mantêm o serviço postal como públicos. No Brasil, a manutenção do serviço postal é competência da União, para garantir que o cidadão tenha comunicação acessível. Os Correios entregam uma carta de qualquer ponto para qualquer lugar do Brasil por pouco mais de R$ 1. E ainda tem a carta social, para beneficiários do Cadastro Único, que é um centavo. Qual empresa privada vai entregar uma carta por um centavo?
Mesmo com o surgimento de novas tecnologias e a queda no volume de cartas, os Correios ainda entregam mais de 7 bilhões de cartas por ano. Isso equivale a cerca de R$ 8 bilhões por ano em receita para os Correios, e o movimento privatista tem interesse apenas ne’sses valores, não há qualquer preocupação em garantir o direito social à correspondência.
Nos últimos anos, no governo do PT, mais de 40 milhões de pessoas ascenderam à classe média. Passaram a ter conta em banco; cartão de crédito; smartphones, TV a cabo, internet; puderam ingressar em faculdades particulares, entre tantos outros benefícios. Isso tudo gera correspondência escrita. Boletos, faturas, entrega de cartões bancários. E o volume, repito, ainda é gigantesco: são mais de 7 bilhões de unidades de correspondência escrita todo ano, entregues pelos Correios, a preços acessíveis, porque o objetivo é garantir o direito do cidadão de receber essa correspondência.Esses mecanismos existem em benefício do cidadão. Porque no livre mercado, a lógica é: quando a oferta &eacu te; baixa e a demanda alta, aumenta-se o preço e o equilíbrio entre oferta e procura acontece. Nesse caso, quem não tiver condições de arcar com o novo preço fica sem o bem. Com isso, cidadãos de regiões inteiras do mundo perdem acesso a esse bem. Podemos distribuir serviços postais nessa lógica de livre mercado? O serviço postal é um bem de mercado ou um direito? Defendemos que é um direito ao qual todos os cidadãos devem ter acesso.
A modernização dos Correios, diferentemente do que vem sendo dito, está em andamento desde 2011, quando a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei 12.490, aprovando o novo estatuto social da estatal, permitindo sua modernização e fortalecimento como empresa pública. Na prática, a alteração legal possibilita que os Correios ampliem sua atuação para o exterior; possam atuar no segmento postal eletrônico, financeiro e de logística integrada; possam firmar parcerias comerciais que agreguem valor a sua rede e a sua marca e possam participar como sócios minoritários de outras empresas e até mesmo constituir subsidiárias.
Essas e outras ações resultaram em melhoria da qualidade operacional. Em 2015, o indicador de qualidade de entrega dos Correios, chamado de Índice de Qualidade ao Cliente, o IQC, era de 90,9. Em 2016, aumentou, para 93,5 – isso significa que, de cada 100 objetos postados nos Correios, 93 são entregues no prazo. Ou seja, não procede a informação de que a qualidade esteja ruim e caindo. Está excelente e melhorando.
Por tudo isso, pela população brasileira, os Correios devem continuar a ser públicos. A saída é diversificar as atividades, como o mundo todo tem feito. Não fechar agências. Não demitir pessoas. Não cortar direitos como as férias. A população não quer privatização, e pesquisas mostram isso. Lutamos para que os Correios permaneçam uma empresa pública e forte, em benefício do Brasil!”