Vania Mezzonato no Facebook – 

“Digníssimo” presidente da República. Eu sou mulher e não entendo de economia porque comparo preços em supermercados, mas porque trabalho desde os 17 anos, sou uma pequena empresária e sinto na pele o altíssimo custo que paga quem ousa empreender neste país.

Agora mesmo estou vivendo uma situação que me faria entender de economia na marra, se eu já não entendesse. Tenho uma funcionária em licença-maternidade e sou obrigada a pagar integralmente o salário dela mensalmente, porque o governo que o senhor representa joga nas costas do empresário um dever que é do Estado brasileiro.

A podre política do governo me permite descontar o que terei que pagar ao longo de quatro meses da licença-maternidade em suaves 20 parcelas descontadas da contribuição ao INSS, sem um centavo de correção. Como sou uma empresa de pequeno porte, o fato de ser obrigada a arcar com o custo  de uma questão social que compete ao Estado (não a mim), num momento de plena crise da economia brasileira, me impede de contratar outro profissional para substituir a que está em licença e me faz ter jornada dupla, arcando com minhas funções e com as dela.

Muitas vezes chego a trabalhar 11 ou 12 horas por dia para dar conta do trabalho e das despesas com FGTS, Cofins, IRR, INPS, ISS, salários, plano de saúde privado, vale-transporte, vale-refeição, luz, água, esgoto, telefone, internet, condomínio e mais um sem-fim de contas que abarrotam a lista de despesas mensais de todos os brasileiros que empreendem e insistem em gerar emprego e renda para muitos brasileiros. Eu sei o que é PIB (em queda vertiginosa), balança comercial, taxa SELIC, produtividade, competitividade e o cacete a quatro.

E só não me mando deste país hoje porque ainda tenho um filho cursando faculdade (sem ter noção de quando ele vai se formar, porque as greves e a falta de professores são uma constante nas sucateadas universidades públicas) e é meu dever prepará-lo para viver neste mundo-cão. Tenho dito!