Descalabro, irracionalidade e desumanidade na receita de Bolsonaro e Queiroga

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Por René Ruschel, jornalista, Bem Blogado

As atitudes do ignóbil ex-capitão Jair Messias e seu sabujo, Marcelo Queiroga, em relação ao tratamento e combate à pandemia são de um descalabro injustificável. Beiram a irracionalidade. A desumanidade. Queiroga, por apego ao cargo, continua a demonstrar que a política do governo continua sendo “um manda, outro obedece”. Não importa que isso sacrifique a vida de milhares de brasileiros mortos pelo vírus. São mais de 625 mil pessoas.




A insanidade mais recente está na nota técnica divulgada no último dia 22 pelo Ministério da Saúde onde afirma que a “hidroxicloroquina é segura e efetiva no tratamento da Covid-19”, mas “vacina não”. A repercussão foi a pior possível, inclusive da classe médica e da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia ao Sistema Único de Saúde – Conitec. Vale lembrar que o ministro é médico. 

A Associação Médica Brasileira, que na maior parte do período de pandemia se manteve omissa, desta vez afirmou que o documento constitui uma “afronta grave ao enfrentamento” da doença. O STF se manifestou e deu cinco dias para que o MS explique e justifique a nota.

Dados divulgados pelo UOL mostram que no Rio de Janeiro 88% das pessoas internadas com Covid-19 não tomaram nenhuma dose da vacina contra a doença ou estão com o esquema vacinal em atraso, ou seja, sem à segunda dose nem o reforço. Nada mais emblemático para mostrar que a ciência tem razões de sobra: só a vacina é capaz conter o avanço da pandemia e salvar vidas.

Desde o início deste mês de janeiro, com as comemorações do final do ano e o auge das férias, após um período de calmaria a onda de internações e mortes volta a crescer. Ainda segundo o UOL o índice de ocupação dos leitos na cidade maravilhosa, que em novembro último era de 1,7%, saltou para 65% nas últimas três semanas.

Mesmo diante de todas as evidências, Messias e Queiroga rejeitam e negam as certezas científicas. Insistem em uma loucura que beira à paranoia, o desequilíbrio mental, a absoluta falta de responsabilidade.

A começar pela não da compra de vacinas em 2020. Pelo balcão de negócios que se transformou o Ministério da Saúde na gestão do general Eduardo Pazuello. Pela irracionalidade de um ministro que contraria a ciência para afagar o ego de um alucinado presidente da República.

Não fosse a pressão da sociedade, da imprensa e, principalmente, da CPI do Senado, estaríamos mergulhado em um genocídio ainda maior. Medidas simples como uma ampla campanha de incentivo à vacinação, ao uso de máscaras e ao isolamento social, via redes sociais e mídia, teriam reduzido drasticamente o número de mortos. Mas nada foi feito.

O que se vê ainda hoje é um tresloucado presidente da República provocando aglomerações ou vociferando contra a vacina aos seus iguais no cercadinho do Palácio do Alvorada, nas lives semanais, em intempestivas entrevistas ou manifestações públicas. 

O Brasil, além da pandemia, submerge na lama do caos, da corrupção camuflada, da fome, do desemprego e miséria, do ódio e da negação à ciência. Na falta de programas sociais aos mais de 20 milhões de miseráveis, de preservação ao meio-ambiente, nos direitos das minorias e dos trabalhadores.

Um governo que flerta com a volta à ditadura militar e defende a tortura. Salvo a proteção aos apaniguados, o incentivo às milícias e a aquisição de armas pela população, nada, absolutamente nada aconteceu nestes últimos três anos.

Para superar essa tragédia coletiva, o único caminho é o voto, o exercício da democracia. O País não suporta mais quatro anos de insânia. Mudar é preciso.

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