Ex-ajudante de ordens falou sobre vacinas, o caso joias e confirmou que Bolsonaro e seu entorno tramaram formas de mantê-lo no poder
Por Camila Bezerra, compartilhado de GGN
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento à Polícia Federal na última segunda-feira (12). A oitiva durou mais de nove horas e Cid só foi liberado depois da meia noite desta terça-feira (12).
A íntegra da abordagem de Cid continua sob sigilo, mas segundo os investigadores do caso, o ex-ajudante de ordens falou sobre a fraude na carteira de vacinação, das joias sauditas e dos planos de golpe de Estado.
O militar confirmou ainda que, mesmo com o alerta sobre a segurança das urnas eletrônicas, Bolsonaro e aliados se reuniram para tramar o golpe de Estado. Para o ex-presidente, criar uma narrativa de vulnerabilidade das urnas eletrônicas seria a única forma de embasar o golpe.
Em vez de investigado, o ex-ajudante de obras foi ouvido como colaborador no processo que investiga a atuação de Bolsonaro, de ex-ministros e militares no planejamento de um golpe de Estado, a fim de manter Bolsonaro no poder.
Colaboração
Por fechar um acordo de delação premiada com a PF em setembro, Cid tem de dar novas informações para os investigadores a fim de manter os benefícios da delação.
Na época, o militar respondia pelas acusações de participação de tratativas para um golpe de Estado; de receber e tentar vender ilegalmente joias dadas ao governo; fraudar carteiras de vacinação de Bolsonaro e da filha; e tratativas para desacreditar o sistema judiciário brasileiro.
As declarações do tenente-coronel embasaram a operação Tempus Veritatis (tempo da verdade), deflagrada no mês passado.