Por de Bruno Gabriel, Cenas Lamentáveis –
Apaixonado por futebol, criador de gírias, gênio, vencedor na vida e acima de tudo um legítimo brasileiro. Desculpe o transtorno, mas precisamos falar sobre Osmar Santos.
Nascia em 28 de julho de 1949 na cidade de Osvaldo Cruz, interior de São Paulo, um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro de todos os tempos, Osmar Santos. Quando pequeno mudou-se para Marília com seus pais e foi lá que teve a sua primeira oportunidade para trabalhar em rádio. A paixão que Osmar carregava com relação aos meios de comunicação era algo inconfundível. Paixão que mais tarde o consagraria junto com a sua originalidade e criatividade nas transmissões de futebol.
A facilidade para conversar e desenvolver sobre qualquer tipo de assunto, não somente futebol, fazia de Osmar Santos um cara ainda mais diferenciado em sua época. Trabalhou nas maiores mídias deste país, como Rede Globo e Rede Record, e teve a oportunidade de narrar duas Copas do Mundo em TV aberta (1986 e 1990). Dividiu seu conhecimento esportivo e jornalístico com nomes: Galvão Bueno, Fausto Silva e Zagallo, e teve a oportunidade de dar a sua voz a alguns dos momentos mais importantes para o país, que eram os comícios que pediam votos diretos em meados dos anos 80.
“Ripa na chulipa! Pimba na gorduchinha!”
Pois é, quem nunca ouviu ou até mesmo falou uma destas duas gírias, não é mesmo?! Fora estas duas frases, também existem outras famosas que o mestre Osmar Santos criou, como: ”Parou por quê? Por que parou?”, “Tiro-lirolá Tiro-lirolí” e ”Um pra lá, dois pra cá”.
Sua influência é tamanha no mundo do futebol que, nos anos 90, Edmundo ganhou o apelido de “Animal” após ser chamado assim pelo jornalista esportivo em uma de suas transmissões. Nas partidas seguintes, a torcida do Palmeiras começou a ecoar ”Au au au, Edmundo é animal” e o ídolo palmeirense, então, assumiu este apelido como forma de carinho, respeito e homenagem ao mestre Osmar Santos, já que pouco tempo depois o mesmo sofreria um grave acidente de carro.
Em 1994, após acidente na estrada que liga Marília a Lins, no interior de SP, Osmar Santos teve a sua carreira de narrador esportivo interrompida. O acidente foi grave e Osmar teve a sua parte direita do corpo paralisada devido a traumatismos no cérebro. O jornalismo esportivo brasileiro estava oficialmente de luto. Mas Osmar Santos era diferenciado e não se daria como vencido. Após narrar muitas vitórias, nada mais justo do que poder trilhar e acompanhar a sua própria vitória. O Pai da matéria (como era conhecido e chamado por muitos jornalistas) ingressou nas sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, conseguindo recuperar parte significativa de sua coordenação motora e também de sua fala.
Dois anos após o acidente, Osmar recebe o prêmio de Troféu Imprensa pelas mãos de Sílvio Santos, como forma de homenagem a tudo que o Pai da matéria fez para o jornalismo, não somente o esportivo, para o nosso país.
Atualmente, Osmar dedica o seu tempo para fazer pinturas em seu quarto enquanto escuta rádio. A paixão pela arte e pelo rádio não foram interrompidas, e a sua vontade de viver também não. Ah, Osmar, se você soubesse o quanto nós brasileiros somos gratos pela sua paixão ao futebol e principalmente pela vida… Mas certamente ele sabe, pois ele é Osmar Santos.
Capa (Foto/Reprodução: espn.uol.com.br)