Por Cíntia Alves, publicado em Jornal GGN –
Estudo da Ipsos mostra como a sorte de Sergio Moro mudou quando ele decidiu condenar Lula no caso triplex. Pesquisa atual indica tendência de rejeição cair e aprovação crescer no caso de Lula
Fonte: Estadão/maio de 2018
Jornal GGN – Desde março de 2018, mês marcado pelo início do julgamento do Habeas Corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal, a rejeição ao ex-presidente Lula vem caindo na pesquisa Ipsos – que não afere intenção de voto, mas sim o olhar da população sobre a maneira como os políticos vem atuando no País.
A pesquisa divulgada nesta sexta (25) pelo Estadão mostra que os dados de todos os potenciais presidenciáveis estão “estáveis”, pois oscilaram dentro da margem de erro, e Lula é o melhor avaliado.
O gráfico também mostra outro resultado não mencionado no jornal: há 3 rodadas da pesquisa a rejeição de Lula vem caindo e a aprovação sobe para além da margem de erro.
O inverso ocorre com Sergio Moro. Hoje, o juiz da Lava Jato que condenou Lula no caso Triplex está com 50% de desaprovação e 40% de aprovação. Em março, estava com 47% de rejeição e 44% de aprovação. Mas o resultado é considerado estável porque a margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.
Lula, por sua vez, tinha em março 57% de rejeição e agora está com 52%, ou seja, o índice caiu 5 pontos. Há 3 meses, tinha 41% de aprovação e agora tem 45%, subindo 4 pontos.
O petista foi preso na Lava Jato em abril e 2018. A pesquisa de março pode ter sido impactada pelo noticiário de fevereiro, quando Lula deu seguimento às caravanas pelo Sul do País, em resposta à condenação no caso triplex em segunda instância, que se deu em janeiro.
A CRISE DE MORO
A pesquisa Ipsos, que vem sendo realizada pelo menos desde agosto de 2015, mostra que Moro teve seus tempos de ouro principalmente entre fevereiro de 2016 e julho de 2017. O auge de Moro foi em maio de 2017, quando obteve 69% de aprovação.
Foi a partir de julho de 2017, mês marcado pela condenação de Lula pelo triplex, que a aprovação de Moro começou a despencar e a rejeição, subiu.
De julho a setembro de 2017, a aprovação caiu de 64% para 48% (- 16 pontos) e a rejeição saltou de 28% para 45% (+ 17 pontos).
Em novembro de 2017, as curvas de avaliação de Moro se inverteram e a rejeição passou a superar a aprovação. Desde então, o juiz vem se mantendo com aprovação na casa dos 50% e rejeição, nos 40%.
Esse movimento de inversão de curvas, que em Moro ocorreu de maneira negativa em novembro de 2017, não ocorreu com Lula.
As linhas do gráfico do Estadão mostram que a rejeição ao petista (que atingiu o pico em dezembro de 2016, com 72%), embora venha caindo nos últimos tempos, manteve-se acima da aprovação desde o início da pesquisa, em agosto de 2015.
Mas se a tendência aferida de março de 2018 para cá permanecer, é possível que a inversão da curva se dê nos próximos meses, mas no sentido oposto ao de Moro: com a aprovação de Lula superando a rejeição.
Na pesquisa de maio de 2018, os possíveis candidatos aparecem com os seguintes desempenhos:
Geraldo Alckmin: 69% rejeição x 17% aprovação
Ciro Gomes: 65% x 18%
Fernando Haddad: 61% x 34%
Henrique Meirelles: 61% x 32%
Marina Silva: 61% x 30%
Jair Bolsonaro: 60% x 23%
Jaques Wagner: 54% x 43%
Lula: 52% x 45%
Manuela D’Ávila: 46% x 4%
Guilherme Boulos: 44% x 2%
João Amoêdo: 44% x 1%