Desordem institucional e crise econômica

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Gisele Citadino no Facebook – 

A desordem institucional e a crise econômica continuam a ser as marcas do golpe desde meados de 2016. Apenas na última semana:

a) Gilmar Mendes, presidente do STE e ministro do STF, faz visita ao Palácio Jaburu, e informa que conversou amigavelmente com Temer e sua “bela turma” sobre amenidades;




b) o mesmo Gilmar Mendes ataca Rodrigo Janot, PGR, por vazar seletivamente informações sobre a famosa lista da Odebrecht, envolvendo políticos do PMDB. Quando os vazamentos voltavam-se contra membros do PT, o mesmo ministro não via problema algum;

c) o juiz da região agrícola do país emite uma ordem de condução coercitiva contra o blogueiro Eduardo Guimarães, segundo alguns numa tentativa de obter provas contra alguma ilegalidade cometida pelo ex-Presidente Lula, já que se meteu num beco sem saída, pois todas as testemunhas inocentaram Lula e, da famosa lista da Odebrecht, não virá nem um pedido de abertura de inquérito contra o ex-Presidente;

d) Rodrigo Janot, o PGR, em resposta a Gilmar Mendes, o acusa de decrepitude moral e disenteria verbal;

e) as exportações de carnes brasileiras estão praticamente suspensas por conta de uma disputa de poder político no interior da Polícia Federal, que não consegue ser administrada pelo Ministro da Justiça;

f) o Credit Suisse tomou o rumo da Malásia e disse que não há nada mais a esperar do Brasil, do ponto de vista econômico;

g) o Brasil, ainda uma das dez maiores potências econômicas do mundo, integra a lista dos dez piores países do planeta em termos de distribuição de renda;

h) um economista do infomoney afirma hoje que não se espere nenhum crescimento econômico para 2017.

De tudo isso, dois fatos me deixam estupefata: a apatia política dos demais membros do STF, que não só abdicam e abdicaram do papel de guardião da Constituição, mas que também dão sinais de exaustão e covardia (alguns começam a emitir sinais que preferem voltar para casa); e a ignorância política de todos aqueles que apoiaram o golpe, usando o falso argumento da corrupção. Se o governo Dilma Rousseff era considerado um desastre na avaliação de muitos, porque não aguardaram a vitória certa da oposição no processo eleitoral seguinte? Imaginavam que um golpe que lhes entregasse a condução da economia traria benefícios ao país? Acreditaram que num país tão dividido e desigual, seria possível governar sem a legitimidade de um poder político sustentado pela soberania popular?

Há mais de um ano eu tenho dito que Lula (ou alguém fortemente apoiado por ele) é o único capaz de nos tirar do atoleiro e da desordem institucional em que esses irresponsáveis meteram o País. Espero que essa gente aprenda que a Constituição Federal, o modelo econômico adotado, e as instituições brasileiras só têm possibilidade de funcionar se houver algum pacto social que, de um lado, dê sustentação aos acordos parciais entre os diversos atores políticos e, de outro, seja capaz de paralisar os golpistas de sempre.

Outras opções existem? Certamente, e, dentre elas, um regresso autoritário.

Foto Lula Marques

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