Por Luis Felipe Miguel, no No Facebook, publicado em Jornal GGN –
As instituições privadas aproveitaram a derrubada dos direitos trabalhistas para promover demissões em massa e substituir profissionais experientes por professores temporários e sub-remunerados. Além do drama pessoal de tantos colegas, que perderam o emprego por vezes depois de décadas de trabalho, afirma-se a opção preferencial das universidade privadas brasileiras por serem fábricas de diplomas, sem qualquer preocupação com a qualidade do ensino e muito menos com a pesquisa.
As instituições estaduais vivem, em graus diferentes, situações dramáticas. O caso mais grave é o da UERJ, vítima de um sufocamento criminoso, mas outras universidades importantes, como as de São Paulo ou do Paraná, sofrem com a redução de seus orçamentos e o desinteresse, quando não hostilidade, dos governos, com impactos já sensíveis nas condições de trabalho.
As universidades federais vivenciam o recrudescimentos dos ataques que sofrem há décadas, com o objetivo de abolir a gratuidade e abrir caminho para a privatização, do qual o melhor exemplo é o infame relatório do Banco Mundial. Vivemos também um novo ciclo de subfinanciamento, com consequências também já visíveis. A “novidade” é o cerco judiciário-policial-midiático, sob pretextos o mais das vezes risíveis, com o objetivo de humilhar e intimidar seus dirigentes e desmoralizar sua imagem pública.
Acrescente-se ao cenário a ofensiva censória da extrema-direita, contra o pensamento crítico praticado nos campi.
O que está em jogo é mais do que a universidade. É o futuro do Brasil; é a possibilidade de se construir um país mais justo, mais desenvolvido e mais soberano, um projeto que não prescinde da educação e da ciência.