Por Fabíola Salani, compartilhado da Revista Fórum –
Agência contratada pelo governo fez relatório com personalidades que fizeram críticas ao Ministério da Economia e ao ministro Paulo Guedes; veja posts
A divulgação da lista de jornalistas e “formadores de opinião” considerados “detratores” do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) provocou reações da maioria dos retratados. Boa parte deles “celebrou” o fato de estar na lista.
Alguns fizeram postagens sobre o fato, com a preocupação devida especialmente pelo fato de o governo ter acionado uma agência para ficar monitorando suas publicações, numa atitude de “espionagem” ostensiva.
O dossiê divulgado pelo jornalista Rubens Valente, do UOL, divide as 81 pessoas acompanhadas entre “detratores”, “neutros informativos” e “favoráveis”. O levantamento analisou postagens do mês de maio de 2020 sobre o Ministério da Economia e o ministro Paulo Guedes. O documento foi produzido pela BR+ Comunicação, que tem um contrato com o Ministério de Ciência e Tecnologia no valor total de R$ 2,7 milhões.
A jornalista Cynara Menezes, colunista da Fórum e apresentadora do Jornal da Fórum, comemorou o fato de estar na lista e até mudou o nome de seu perfil para “Cynara Menezes DETRATORA DO BOLSONARO”:
O youtuber Felipe Neto foi outro que celebrou o fato de estar na lista e também “homenageou” a citação, acrescentando #TheTrator25 a seu nome de perfil:
A jornalista Hildegard Angel foi além. Além de adicionar “detratora de Bolsonaro” ao perfil, colocou uma ilustração em que se lê “100% detratora” na capa.
O jornalista George Marques disse que iria colocar o fato de ser detrator do atual governo em sua bio:
O jornalista Xico Sá ironizou o relatório, dizendo que só publicaria receitas de bolo e sonetos de Camões, lembrando da estratégia usada por jornais durante a ditadura:
O influenciador Jones Manoel lembrou que já havia alertado que devia estar sendo monitorado e ouviu que era paranoia. “ O lado ‘bom’ é que agora o óbvio foi divulgado”, escreveu.
Por outro lado, o escritor Henry Bugalho, autor do livro “Minha especialidade é matar”, lamentou o fato de não estar na lista:
Depois, se disse “tranquilo” ao descobrir que o foco era e críticos do ministro da Economia, Paulo Guedes.