Por Sonia Nabarrete, jornalista e escritora
Há mais de 10 anos, sem condições de conseguir pagar o convênio médico, passei a ser atendida pelo SUS. E sempre muito bem atendida. Há pouco mais de um mês, tive um súbito piripaque logo após jantar e apresentei sintomas de infarto. Liguei para o SAMU e rapidamente chegaram à minha casa. A socorrista fez uma entrevista, alguns exames, constatou que a pressão estava muito alta e me levou para a UPA da Vila São Pedro, a mais próxima da minha casa.
Lá, fui prontamente atendida, fiz um eletrocardiograma e o médico disse que o resultado era sugestivo de infarto. Para confirmar, outros exames precisavam ser feitos. Passei a noite em um espaço chamado Sala Vermelha, onde também havia um senhor com suspeita de infarto.
Fizemos outros eletrocardiogramas e exames de sangue. Duas enfermeiras permaneceram ao nosso lado nos monitorando a noite inteira. Outras enfermeiras também vinham nos ver de hora em hora.
Eu fiquei ligada a um aparelho que reproduzia as batidas do meu coração, o que dava uma certa angústia e alívio simultaneamente. Pela manhã, o pessoal da limpeza chegou, e observando seu trabalho, deu para perceber o quanto são importantes.
Tive alta por volta das 10 horas, quando minha filha, que havia vindo de Boiçucanga, foi me buscar. O médico disse que não foi infarto e desde então tenho feito vários exames, todos por conta do SUS, para descobrir o que aconteceu.
Eu, assim como tanta gente, devo minha vida ao SUS. Jamais teria condições de pagar os excelentes profissionais que me atenderam e os exames que precisei fazer. Se vivesse nos Estados Unidos, por exemplo, estaria fudida.
O SUS é uma instituição indispensável e também um meio de corrigir injustiças sociais. Viva o SUS!
