Por Bepe Damasco em seu Blog –
1- Antes de tudo, o partido precisa lançar candidato à presidência da República por uma questão de sobrevivência. Se não for Lula, ou alguém do partido indicado por ele, o PT corre o sério risco de se fragmentar de forma irreversível e implodir. Seus militantes, simpatizantes e eleitores se dividiriam no apoio a Boulos, Manuela, Ciro ou voto nulo. Seria o fim.
2- Lula é o líder disparado de todas as pesquisas, mesmo depois de um mês trancafiado nas masmorras de Curitiba. Parte expressiva do povo brasileiro quer vê-lo presidindo o país de novo. E o PT não tem sequer o direito de frustrar essa expectativa popular.
3- A candidatura é uma trincheira de combate estratégica para impedir a concretização do “gran finale” sonhado pela ditadura judicial-midiática, que é a extinção do PT. Os outros dois principais objetivos – o golpe que apeou Dilma do governo e a prisão de Lula- já são realidade.
4- Além de Lula, diversos quadros do partido estão encarcerados sem condenação definitiva e sem provas, enquanto outros tantos respondem a processos ainda em liberdade, não se sabe até quando. Tesoureiros de todos os partidos, por exemplo, financiaram suas campanhas através das mesmas fontes usadas pelo PT, quando a lei ainda permitia o financiamento empresarial. Mas só os responsáveis pelas finanças do PT estão presos.Ter candidato próprio significa também a ocupação de um espaço privilegiado para a denúncia da seletividade fascista do sistema de justiça da ditadura.
5- O PT conta com um nível de capilaridade nacional e de inserção nos movimentos sociais incomparavelmente maior do que os outros partidos. Os vínculos do PT com o povo são reais.
6- Há pelo menos duas décadas, o PT se mantém na dianteira das pesquisas sobre a preferência partidária dos brasileiros. A despeito de todo o massacre midiático sofrido, o partido voltou a crescer. Os últimos levantamentos mostram que 20% dos eleitores apontam o PT como seu partido preferido.
7- O PT tem o maior número de deputados federais entre todos os partidos. Sua bancada no Senado é a maior se comparada aos demais partidos de esquerda. Governa também estados populosos, como Minas Gerais e Bahia, além do Ceará, Acre e Piauí.
8- Se em condições normais de temperatura e pressão, é ponto pacífico que uma candidatura própria presidencial ajuda na eleição de deputados, senadores e governadores, imagina diante do cerco atual ao partido, algo sem precedentes na história? Neste contexto, uma candidatura petista, mais do que nunca, é importante para fortalecer o voto de legenda, formar palanques estaduais com densidade eleitoral e eleger o maior número possível de parlamentares e governadores.
9- As quatro eleições presidenciais consecutivas vencidas pelo PT e aliados escancararam uma evidência: o período eleitoral é o único em que, na prática, o monopólio da mídia é quebrado, através da propaganda eleitoral gratuita no rádio e, sobretudo, na televisão. As inserções dos candidatos durante a programação normal das emissoras fez da propaganda televisiva um dos fatores decisivos para o resultado das eleições. E como o principal critério para a distribuição deste tempo tem como base o tamanho das bancadas federais, o PT não pode se dar ao luxo de não ter candidato, abdicando da força desse palanque eletrônico.
10-Com Lula ou quem ele indicar, o PT precisa dos holofotes da eleição na sua luta para barrar o golpe, restituir os direitos do povo roubados, recuperar o patrimônio da nação entregue aos estrangeiros, acabar com o estado de exceção e derrotar a ditadura de novo tipo que se instalou no país