Protesto internacional liderado por organizações sediadas no Reino Unido visam pressionar Israel a ‘acabar com a ocupação e desmantelar o apartheid’
Por ROCIO PAIK, compartilhado de Ópera Mundi
Diante dos ataques de Israel e da intensificação da pressão internacional para um cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza, diversas organizações se mobilizaram e marcaram o 13 de janeiro como o “dia de ação global” em solidariedade ao povo palestino.
A continuidade das agressões israelenses, nas últimas semanas, tem levado países a pressionar cada vez mais as autoridades de Tel Aviv para pôr fim às operações militares no território palestino, onde o número de mortos já ultrapassou de 22 mil, sendo a maioria das vítimas mulheres e crianças.
A Campanha de Solidariedade à Palestina (Palestine Solidarity Campaign – PSC), a Coligação Pare a Guerra (Stop the War Coalition) e os Amigos de Al Aqsa (Friends of Al-Aqsa), entidades sediadas no Reino Unido, anunciaram o dia 13 deste mês como um compromisso global para manifestar apoio ao povo palestino e denunciar “os crimes” do Estado judeu.
“A comunidade internacional não está agindo efetivamente de forma que Israel cesse seus ataques e levante o cerco para pôr fim ao massacre, garantindo que uma ajuda humanitária urgente possa ser levada ao povo de Gaza”, afirmou a Campanha de Solidariedade à Palestina, em comunicado, acrescentando a necessidade de intensificar a pressão para “acabar com a ocupação e desmantelar o apartheid”.
Em entrevista ao portal Middle East Eye, o diretor da PSC, Ben Jamal, explicou que as manifestações “têm tido uma dimensão histórica” e que são um “veículo importante” para a cessação de hostilidades na Faixa de Gaza.
Twitter/PSCUpdates
Organizações sediadas no Reino Unido mobilizam ‘dia de ação global’ em solidariedade ao povo palestino
Chris Nineham, membro fundador da Coligação Pare a Guerra, informou que se um cessar-fogo permanente não for negociado até 13 de janeiro, será necessário reforçar os protestos e incentivar toda a sociedade civil a ocupar as ruas.
“É absolutamente crucial, não apenas que as manifestações continuem, mas que sejam fortalecidas, aprofundadas e ampliadas, a fim de maximizar a pressão, não apenas sobre os israelenses, como também sobre os governos de todo o mundo para que parem de conspirar na carnificina que os israelenses estão causando”, afirmou Nineham ao Middle East Eye.
Vale lembrar que as entidades organizadoras foram as responsáveis por liderar os protestos contra a guerra do Iraque de 15 de fevereiro de 2003, que ocorreram em mais de 600 cidades. Na ocasião, a mobilização contou com o apoio da Associação Muçulmana da Grã-Bretanha (Muslim Association of Britan), o Fórum Palestino na Grã-Bretanha (Palestinian Forum in Britain) e a Campanha pelo Desarmamento Nuclear (Campaign for Nuclear Disarmament).
Os atos em solidariedade aos palestinos em Gaza têm ocorrido durante várias semanas por todo o mundo, chegando a formar concentrações massivas nas principais ruas de capitais ocidentais como Londres, Paris e Washington.
No entanto, em muitas das ocasiões, como é o caso do Reino Unido, autoridades condenaram os protestos e usaram força policial, acusando os manifestantes de propagarem “discursos de ódio”. Já na França, o tribunal superior do país proibiu os atos em apoio à causa palestina, enquanto nos Estados Unidos, políticos deixaram explícito seu apoio a Israel, apesar do crescente número de mortos em Gaza.
Ainda assim, as organizações que definiram a ação global para o dia 13 de janeiro entendem que as manifestações são uma ferramenta fundamental para pressionar Israel.
“O movimento de solidariedade em todo o mundo mobilizou milhões de pessoas para as ruas exigindo um cessar-fogo permanente. Precisamos intensificar esta pressão coordenando ações em todo o mundo”, afirmou a PSC.
