Diário da Covid-19: BH, a grande cidade que menos sofre com o coronavírus

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Por José Eustáquio Diniz Alves, compartilhado de Projeto Colabora – 

Em pouco mais de dois meses de pandemia, capital mineira apresentou 1.068 casos (0,5% dos registros no Brasil) e 28 mortes (0,2% do total do país)

Membro de uma equipe de limpeza ajuda a desinfetar o centro histórico de Ouro Preto. Foto Douglas Magno/AFP

A pandemia do novo coronavírus já atinge números exponenciais, com mais de 4,5 milhões de pessoas infectadas e mais de 300 mil mortes, no mundo, conforme dados do dia 14 de maio. No Brasil – que conta com 2,7% da população do planeta – os números ultrapassaram a casa dos 200 mil infectados (4,3% do total mundial) e encostaram nas 14 mil mortes (4,4% do total global). O sofrimento provocado por um simples vírus tem sido amplo, geral e irrestrito. Contudo, alguns lugares são menos impactados do que outros.




As duas maiores cidades do Brasil estão passando por momentos difíceis. No dia 14 de maio, o município de São Paulo – com 12,3 milhões de habitantes (5,8% da população nacional) – apresentou 31,9 mil casos (15,7% do total nacional) e 2,6 mil mortes (18,6% do total nacional). O município do Rio de Janeiro – com 6,7 milhões de habitantes (3,2% da população brasileira) – apresentou 11,3 mil casos (5,6% do total nacional) e 1,5 mil mortes (10,8% do total nacional).

Todavia, em sentido oposto, a capital de Minas Gerais é uma das cidades que conseguiram evitar um crescimento catastrófico da epidemia. No dia 14 de maio, Belo Horizonte (BH) – com 2,5 milhões de habitantes (1,2% do total nacional) – apresentou 1.068 casos (0,5% dos casos brasileiros) e 28 mortes (0,2% do total brasileiro).

Com um número baixo de pacientes não houve uma pressão enorme sobre o sistema de saúde da capital mineira e o número de mortes se manteve entre os mais baixos do país, para cidades proporcionalmente do tamanho e da centralidade de BH.

Bombeiros de Minas Gerais participam de um treinamento de prevenção para o combate ao coronavírus. Foto Douglas Magno/AFP
Bombeiros de Minas Gerais participam de um treinamento de prevenção para o combate ao coronavírus. Foto Douglas Magno/AFP

Como BH venceu a Gripe Espanhola em 1918

Belo Horizonte nasceu de forma planejada em 12 de dezembro de 1897 e em 122 anos de vida já está na sua segunda grande pandemia, pois viveu um grande drama no início do século XX.

A Gripe Espanhola, de 1918, foi a pandemia mais letal da era moderna e matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, numa época em que a população mundial era de menos de 2 bilhões de habitantes e o Brasil tinha cerca de 30 milhões de habitantes. Segundo relatos históricos, a gripe espanhola chegou ao Rio de Janeiro em meados de setembro de 1918, por meio de tripulantes que desembarcaram de navios na Praça Mauá.

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