Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado
Na estrada com a cultura popular, de Petrolina (PE)/Juazeiro (BA) a Juazeiro (CE)
Na Pedra do Reino, indo a um inusitado banheiro, matando sede de cabra e fome de gente
Nossa segunda viagem ao sertão nordestino em sete anos aconteceu no início deste janeiro de 2023.
Com a companheira Carmola, a prima Josedalva e a amiga Terezinha viajamos por várias cidades dos sertões pernambucano e cearense.
Aqui, nesta nova edição do Diário do Sertão, vamos falar dos momentos curiosos vividos nas proximidades da Pedra do Reino, local imortalizado por Ariano Suassuna no romance homônimo. Pensando bem no título desta postagem, Ariano Suassuna não ia gostar desta expressão “make in off”, contra o anglicismo que era.
Depois de mais de uma hora numa estrada de terra com muito buraco e pedra, num sol de quase 40 graus, chegamos próximo à Pedra do Reino num domingão de jogo de futebol.
Vestiário com amplas acomodações para que os craques da bola entrem em campo devidamente uniformizados
Em seguida, visitamos a Pedra (veja o Diário do Sertão VIII) e fomos a uma casa ao lado, de pau a pique, onde nos prepararam um galinha de capoeira, acompanhada de um cerveja bem gelada.
Ao chegar, perguntei onde ficava o banheiro, no que me respondeu com perguntas o solícito proprietário da casa: “Para o que é? É só para urinar?” Disse que sim. De imediato, o rapaz diz que era “atrás daquela moitinha ali”. Local bem sinalizado, como vocês podem verificar.
Na volta da moitinha/mictório, fui recepcionado por uma bela cabra, deixando claro, por estar de olho num galão de água com uma torneira acoplada, que adoraria beber uma aguinha. E, como diz o amigo Américo Vermelho, água e Wifi não se nega. O copinho descartável traz a marca da Pitú, mas a cabra bebeu foi água que passarinho bebe.
Depois de matar a sede da cabra, matamos nossa fome e curtimos as belas imagens, criadas por Manoel Quitério, nas paredes, portas e janelas da casa. Coisas do coração do sertanejo nordestino. E, como diz Chicó, pesonagem de Suassuna no “Auto da Compadecida”: Não sei, só sei que foi assim!”