Diário do Sertão VIII. A Pedra do Reino de Suassuna

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado

Na estrada com a cultura popular, de Petrolina (PE)/Juazeiro (BA) a Juazeiro (CE)




Visita ao mundo encantado do romance “A Pedra do Reino”, de Ariano Suassuna

Em 2016, eu e a companheiríssima Carmola, estivemos no sertão de Pernambuco, fazendo o roteiro Petrolina (PE)/Juazeiro (BA) a Exu (PE) e Juazeiro (CE). Gostamos tanto que voltamos neste início de 2023. Na época, fomos ciceroneados pela prima Josedalva, a amiga Terezinha e o fotógrado da alma do sertão Manum Castrum.

Há sete anos, ficou um gostinho de quero mais, principalmente quando passamos por São José do Belmonte, onde Clésio Novas construiu o Castelo Armorial, todo ele estruturado com a obra de Ariano Suassuna. Sim, você está lendo certo, um castelo.

E o gostinho de quero mais não ficou somente em voltar ao grande monumento erigido no centro desta cidade com cerca de 40 mil habitantes, a quase 500 quilômetros de Recife. Dado a correria, cometemos a “heresia” de não visitarmos a Pedra do Reino, mesmo esta distando menos de 30 quilômetros da cidade. Esta foi celebrizada por Ariano Suassuna em seu romance “A Pedra do Reino”. Veja abaixo a sinopse da obra.

Nos pagamos a dívida da visita à Pedra. Por falar em dívida, temos uma impagável com Clenio Novaes e família, que sempre nos recebem de casas e braços abertos.

Vejam as fotos abaixo do texto que explica um pouco sobre a Pedra do Reino.

Sinopse: “A Pedra do Reino” é apresentado como um romance autobiográfico narrado por Dom Pedro Dinis Ferreira-Quadrena, o auto-proclamado ‘Rei do Quinto Império e do Quinto Naipe, Profeta da Igreja Católico-Serteneja e pretendente ao trono do Império do Brasil’.

Quaderna, obcecado em criar uma versão essencialmente nordestina para o livro ‘Compêndio narrativo do peregrino da América Latina’, de Nuno Marques Pereira, se descreve como descendente dos verdadeiros reis brasileiros – que nenhuma relação têm com aqueles ‘imperadores estrangeirados e falsificados da Casa de Bragança’. Seus antepassados são, na verdade, os legítimos reis castanhos e ‘cabras’ da Pedra do Reino do Sertão, que fundaram a sagrada Coroa do Brasil.

As desventuras de Quaderna e a trágica história de sua família na cidade de São José do Belmonte, no interior de Pernambuco, funcionam como o ponto de partida para Suassuna promover suas misturas perfeitas – o rico com o pobre, a arte com o cotidiano, a ingenuidade com a malícia, a realidade com a fantasia, a odisséia com a sátira, a Europa com o sertão.

Texto do Diário de Pernambuco:

No município de São José do Belmonte, no Sertão Pernambucano, a 474 quilômetros do Recife, acontece desde 1993, sempre no último final de semana do mês de maio, a tradicional Cavalgada à Pedra do Reino. Centenas de pessoas seguem em procissão a cavalo do centro da cidade, onde ocorre a benção até o a Serra do Caloté, onde fica o espaço Ilumiara Pedra do Reino, na área rural, que foi idealizado pelo escritor Ariano Suassuna, quando era secretário de cultura do estado de Pernambuco, entre os anos de 1994 e 1998.

O lugar ficou bastante conhecido por protagonizar o desfecho do reino encantado de 1838. Tratava-se de um Arraial no entorno da pedra que acreditava na volta do Rei Sebastião (sebastianismo) e movido por esta crença chegou a realizar vários sacrifícios na pedra, muitos até com pessoas. Morreram mais de 50 crentes. A cavalgada na cidade surgiu para relembrar o fim da vida e apagar este triste passado da história dos belmontenses.

https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/turismo/2019/04/ilumiara-pedra-do-reino-simbolo-cultural-da-identidade-belmontense.html#:~:text=O%20lugar%20ficou%20bastante%20conhecido,Morreram%20mais%20de%2050%20crentes.

Um encanto de castelo do reino de Suassuna

Imagens de janeiro de 2023 – São José do Belmonte e Pedra do Reino

A Pedra do Reino, dívida que nos pagamos.

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