Diga-me com quem andas e te direi quão rica a Rainha da Inglaterra é

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 Por Alex Therrienda – BBC News,  reproduzido pelo Jornal GGN – 
Alex Therrienda – BBC News

A notícia de que o patrimônio da Coroa britânica teve lucro recorde de 285 milhões de libras (R$ 1,4 bilhão) no ano passado significa que a rainha da Inglaterra receberá 2 milhões de libras extras em financiamento público no próximo ano.

Mas exatamente quão rica é a rainha? E de onde vem este dinheiro?




Apesar de muitos detalhes sobre as receitas da rainha serem públicos, sua exata fortuna é desconhecida, porque ela não é obrigada a revelar suas finanças pessoais.

De acordo com a lista dos mais ricos de 2015 do jornal Sunday Times, sua fortuna é estimada em 340 milhões de libras, 10 milhões a mais do que no ano anterior.

A principal fonte de receita vendo do Fundo Soberano, composto por uma porcentagem fixa sobre os lucros do patrimônio da Coroa.

Este patrimônio data de 1760, quando o rei George III chegou a um acordo com o governo para que o excedente da receita com as terras da Coroa fossem destinados para o Tesouro britânico.

Em troca, o rei não teria mais que pagar pelos custos do governo civil e as dívidas acumuladas por monarcas anteriores, passando a receber um pagamento fixo anual. Desde então, cada novo monarca renovou este acordo.

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Pista de corrida está entre as propriedades do patrimônio da Coroa britânica

Hoje, o patrimônio da Coroa é um negócio comercial independente, com um dos maiores portfólios de propriedades do Reino Unido e com um valor de 11,5 bilhões de libras, uma soma recorde e que representa um aumento de 16,1% em relação a 2014.

A maioria dos bens deste portfólio está em Londres, mas também envolve propriedades na Escócia, no País de Gales e na Irlanda do Norte.

Isso inclui o parque Windsor Great, que compreende uma área de 5 mil hectares, e a pista de corrida de cavalos Ascot, uma das principais do Reino Unido.

Mas grande parte desta coleção é formada por propriedades residenciais, escritórios, lojas e centros comerciais.

Sob o acordo vigente, todos os lucros obtidos a partir deste patrimônio são pagos ao Tesouro, e 15% deste dinheiro é dado à rainha.

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Patrimônio da Coroa ainda é composto por lojas e centros comerciais em Londres

Este pagamento compõe o Fundo Soberano, que é usado para dar apoio à monarca em suas funções oficiais.

No ano passado, o Fundo Soberano foi de 37,9 milhões de libras, dos quais a rainha gastou 35,7 milhões.

Este dinheiro cobre custos com sua equipe, manutenção de propriedades, viagens, entre outras coisas.

Tecnicamente, o patrimônio da Coroa pertence ao monarca durante a duração de seu reinado, mas, na prática, não pode ser vendido por ele ou ela.

Receita privada

Já os gastos gerados por outros membros da família real são custeados por uma receita privada da rainha, o privy purse.

Os fundos para isso vêm em sua maioria do Ducado de Lancaster, um portfólio de terras, propriedades e bens da rainha que são administrados se forma separada do patrimônio da Coroa.

Este portfólio consiste de 18.454 hectares de terra na Inglaterra e no País de Gales, além de propriedades comerciais, agrícolas e residenciais.

Apesar de ser classificado como um patrimônio privado da rainha e ser herdado, não pode ser vendido por ela.

Assim como o patrimônio da Coroa, os lucros do Ducado de Lancaster vão para o Tesouro, que então financia parte das despesas da rainha não cobertas pelo Fundo Soberano.

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Castelo Balmoral é uma das propriedades privadas da rainha

Neste ano, a receita privada da rainha foi de 13,3 milhões de libras, valor em sua maioria composto pelo portfólio do Ducado de Lancaster.

Existe até mesmo um cargo governamental, o chanceler do Ducado de Lancaster, cuja função inclui administrar as propriedades e aluguéis deste ducado.

O posto cabe atualmente a Oliver Letwin, parlamentar eleito pelo distrito de West Dorset e que também é responsável pelo gabinete oficial do governo britânico.

De forma separada, a receita do Ducado da Cornualha financia os gastos privados e oficiais do príncipe de Gales e da duquesa da Cornualha.

Ambos são isentos do pagamento de taxas para o governo porque são entidades da Coroa.

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Obras de arte, como esta pintura do rei Charles I, estão na coleção real

Mas a extensão dos ganhos privados da rainha são menos conhecidos.

De acordo com o Sunday Times, ela tem um portfólio de investimentos que consiste em sua maior parte de ações de empresas britânicas consideradas mais confiáveis, avaliado em 110 milhões de libras.

A rainha também tem propriedades privadas, incluindo a Sandringham House, em Norfolk, o castelo Balmoral, em Aberdeenshire e outras casas menores.

Seus bens ainda incluem uma coleção de selos, joias, carros, cavalos, o legado da rainha-mãe. Tudo isso contribui para sua fortuna pessoal.

Separadamente, ainda há a coleção real, que inclui joias da Coroa, obras de arte, móveis antigos, fotografias históricas e livros, num total de mais de 1 milhão de objetos avaliados em 10 bilhões de libras.

Mas esta coleção não pode ser contabilizada na fortuna da monarca porque é administrada em nome de seus sucessores e do país.

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