Até a noite de ontem, o Brasil contabilizava 46 mortes pelo novo coronavírus e 2.247 casos confirmados. Só durante a terça-feira foram confirmados 310 novos casos. Em todo o mundo, a pandemia que Bolsonaro trata como “gripezinha” e “histeria”, já matou mais de 18 mil pessoas em todo o mundo e já contagiou mais de 400 mil pessoas, números que continuam a subir em progressão geométrica. Mesmo assim, o presidente do Brasil, na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das medidas adotadas por outros países que também enfrentam a crise sanitária, se une à classe de empresários que ajudaram a elegê-lo na defesa de que a economia — o que no vocabulário deles significa apenas os próprios lucros — é mais importante do que a vida humana.




Não foi um pronunciamento irresponsável; foi um discurso genocida. Nas palavras do jornalista Leonardo Sakamoto, “Bolsonaro se torna responsável pelas mortes que acontecerem por conta do coronavírus com seu pronunciamento criminoso na noite desta terça”. Se há terra arrasada, ela é o próprio governo Bolsonaro. Sua permanência na Presidência da República é insustentável e o momento exige que as medidas cabíveis sejam tomadas.

Em nota, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e o vice-presidente da Casa, Antônio Anastasia, declararam que a “Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade”, qualidades que Bolsonaro já provou diversas vezes — e agora com uma ameaça ainda maior à população — que não tem.

A Contee espera que se tomem as providências necessárias contra os crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente da República.

Brasília, 25 de março de 2020.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee