Bento Bravo pelo Facebook –
Sempre trago um bom livro, destes que param em pé, nestas viagens longas… E escolhi desta vez um clássico que ainda não tinha tido a oportunidade de ler do, talvez, maior escritor brasileiro, Graciliano Ramos. Memórias do Cárcere, tenta resgatar sua injusta prisão, fruto de um ambiente muito parecido com o que estamos prestes a entrar novamente e que sempre me dá um desânimo ao pensar o Brasil e seu eterno retorno ao obscurantismo.
Entrei no avião, para uma jornada de quase 20 horas, abri o livro e simplesmente não consegui parar. Selecionei o pequeno trecho abaixo que, pela semelhança com o que acontece hoje com a República de Curitiba e discursos imbecis soa quase como uma maldição…
“[…] Parece-me então que a demagogia tenenstista, aquele palavrório chocho, nos meteria no atoleiro. Ali estava o resultado: ladroagem, uma onda de burrice a inundar tudo, confusão, mal entendidos, charlatanismo, energúmenos microcéfalos vestidos de verde a esgoelar-se em discursos imbecis, a semear delações.”
PS – Ele foi preso em 1936, o livro começou a ser escrito 10 anos depois e lançado em 1953.